O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acaba de fazer um novo apelo à comunidade internacional, dizendo que “defender uma posição neutra é equivalente a tomar partido da Rússia”. A fala de Kuleba acontece após o novo ataque maciço de mísseis pelas forças russas, onde mais de 120 artefatos foram disparados em território ucraniano, incluindo a capital Kiev, somente nesta quinta-feira, 29.

“Barbárie sem sentido. Estas são as únicas palavras que vêm à mente quando assisto a Rússia lançar outra onda de mísseis contra pacíficas cidades ucranianas na véspera de Ano Novo. Não pode haver ‘neutralidade’ diante de crimes de guerra em massa. Fingir ser ‘neutro’ é equivalente a ficar do lado da Rússia”, escreveu o ministro em sua conta do Twitter.

Por sua vez, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Schmyhal, disse em uma mensagem no Telegram coletada pela agência Ukrinform que “em seu décimo ataque em grande escala, a Rússia tenta privar os ucranianos de luz antes do Ano Novo”. O objetivo da Rússia durante o rigoroso inverno da região parece ser o de causar caos e medo também na população que reside em cidades mais distantes do centro mais intenso do conflito. Com as temperaturas congelantes, ficar sem energia elétrica, mesmo por algumas horas, pode ser fatal.

Em Kiev, na região central do país, o prefeito Vitali Klitschko pediu aos moradores que armazenassem água e mantivessem os seus celulares carregados. Por volta do meio-dia, no horário local, aproximadamente 40% da cidade estava sem eletricidade devido aos ataques russos. Ainda segundo Klitschko, as explosões na capital deixaram ao menos três feridos, inclusive uma adolescente de 14 anos. Todos estão hospitalizados, escreveu o prefeito no Telegram.

Já as tropas de Zelensky também têm realizado medidas contra-ofensivas em território vizinho. Chegaram a atacar uma base aérea russa com um drone, a cerca de 500 quilômetros de sua fronteira. Apesar de as defesas antiaéreas russas terem derrubado o drone, os destroços do equipamento caíram na base e mataram três soldados. Sem esperança de um desfecho para o conflito que irá completar um ano em fevereiro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, diz que está disposto a negociar, desde que a Ucrânia abra mão de seus territórios ao leste, condição descartada pelo governo ucraniano.