A escalação de Jade Picon para a novela Travessia da Rede Globo incomodou uma parcela da classe artística. O argumento é que ela não é atriz, não tem registro em sindicato para exercer a profissão. Contudo, segundo o colunista Guilherme Ravache, do UOL, esse caminho é inevitável e o mercado já está de olho nisso.

No artigo publicado neste domingo (26), o jornalista revela um pouco dos bastidores da escolha de Picon para a personagem Chiara, que será uma influencer vítima de fake news.  “Não existe um movimento específico da emissora para trazer influenciadores, mas as oportunidades quando surgem são aproveitadas”, disse Ricardo Waddington, diretor de entretenimento da Globo.

“Vimos que tinha muito a ver. A partir disso a gente foi atrás, fez testes. O tipo físico da Jade, mais o temperamento que ela demonstrou no BBB, a maneira como ela se comunicava com as pessoas na casa e com o público, isso tudo a credenciou a fazer um teste para uma personagem que trazia essas mesmas características”, completou.

Para o jornalista, esse é um movimento que acontece em Hollywood e em dezenas de plataformas de streaming. “Os influenciadores estão ganhando rapidamente as telas das grandes produções. À medida que o público das mídias tradicionais como o cinema e a TV envelhecem, e os jovens cada vez mais se voltam para as plataformas digitais”, analisou.

“Uma influenciadora na novela de maior prestígio da Globo talvez seja apenas uma nova manifestação da dramaturgia, que traz os temas relevantes da sociedade para os espectadores. Se Jade será um sucesso é imprevisível. Mas estrelas do digital cada vez mais presentes na TV são um caminho sem volta”, finalizou.