A Polícia Civil do Espírito Santo prendeu no sábado (30) um homem, 30, por ele ser suspeito de torturar, estuprar e manter em cárcere privado a sua enteada, de nove anos. O caso, que foi divulgado nesta segunda-feira (21), ocorreu na zona rural do município de Barra de São Francisco (ES).

O caso veio à tona depois que o Conselho Tutelar acionou a polícia no último dia 11. A menina havia ficado internada em um hospital da região por ter passado sete dias sem comida e água.

“A criança foi internada no hospital no dia 11 deste mês, e chegou ao local desidratada, desnutrida, com pneumonia, cistite e faringoamigdalite. Ela estava muito desnutrida, pois ficou privada de água e comida por vários dias. Nós instauramos inquérito no mesmo dia e procedemos a oitiva da avó. Havia também suspeita de que a criança estava sendo vítima de abuso sexual”, disse o delegado Leonardo Forattini.

A menina permaneceu internada até o dia 18. “Nesse mesmo dia nós a levamos ao Serviço Médico Legal (SML) de Colatina, onde ficou constatada a violência sexual, além do intenso sofrimento, físico e mental, a que foi submetida. Em razão da gravidade do fato, o médico enviou o laudo no mesmo dia, por volta das 23h. No dia seguinte, nesse sábado (19), representamos pela prisão preventiva do padrasto. O juízo de plantão decretou a prisão no início da tarde e minutos depois nós prendemos o padrasto, dentro da casa dele”, completou o delegado.

O homem foi detido e encaminhado à Delegacia Regional de Barra de São Francisco. Ele negou os crimes durante o seu depoimento. Mesmo assim, foi levado para um presídio da região, onde permanece à disposição da Justiça.

A Polícia Civil continua investigando o caso. “Vamos colher outros elementos para apurar melhor a conduta da mãe. Não sabemos exatamente por quanto tempo esses abusos vinham acontecendo. A vítima pouco falou, e apenas para as conselheiras. A menina está traumatizada como nunca vi antes. Vamos pedir o depoimento especial dela, que é feito por psicólogo do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES)”, informou Leonardo.

“Todas as pessoas do convívio da criança e do adolescente são responsáveis pela sua segurança e podem fazer denúncias caso constatem a violação de seus direitos. Agora este homem foi retirado do convívio da vítima e responsabilizado por seus atos hediondos. Orientamos que qualquer pessoa que tenha conhecimento de crimes como este acione o Conselho Tutelar ou traga o caso até o conhecimento da Polícia Civil, que adotará as providências necessárias”, finalizou o delegado.