Uma mulher, batizada de Clarinha, foi atropelada nos anos 2000 e estava internada em estado de coma há 24 anos no HPM (Hospital da Polícia Militar) de Vitória, no Espírito Santo. A instituição comunicou na noite de quinta-feira, 14, que ela morreu.

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Após ter sido atropelada, ela chegou sem documentos pessoais ao pronto-socorro. Segundo o HPM, a mulher tinha marcas de cesária, o que indicava que teve um filho, mas nenhum parente consanguíneo procurou o hospital no período em que ela esteve internada. “Pelos cálculos dos profissionais, ela faleceu com 45 anos”, afirmou o hospital.

 

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O MPES (Ministério Público do Espírito Santo) tentou localizar a família da vítima. Em 2020, um grupo de papiloscopistas da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) entrou em contato com o MPES para ajudar na investigação.

A equipe utilizou uma técnica de comparação facial usando bancos de dados de pessoas desaparecidas com características físicas semelhantes às de Clarinha e chegaram a uma criança de 1 ano e 9 meses de idade desaparecida em Guarapari, em 1976. No entanto, a análise do material genético dos supostos pais da mulher afastou a hipótese.

Atropelamento e vida no hospital

De acordo com relatos de testemunhas, a mulher estava fugindo de um perseguidor, também não identificado, e correu para o meio de uma avenida movimentada no Centro de Vitória, onde foi atropelada por um ônibus. Levada para o antigo Hospital São Lucas, passou por diversas cirurgias. O cérebro foi afetado, impedindo que ela retornasse de um coma profundo. Sem documentos e com as digitais desgastadas, buscou-se, em um primeiro momento, encontrar algum conhecido dentre as testemunhas do acidente, mas ninguém tinha qualquer notícia da mulher.

Em seguida, Clarinha foi transferida para o HPM. Neste meio tempo, o MPES realizou diversas buscas, inclusive com o apoio de outros ministérios públicos, mas não obteve nenhuma informação sobre a vítima.

Em 2016, após uma matéria exibida no “Fantástico”, da TV Globo, a busca pela identificação da “Clarinha” aumentou. Um total de 102 pessoas procuraram o Ministério Público do Estado do Espírito Santo e 22 casos chamaram mais a atenção, pela similaridade dos dados próximos ao perfil de “Clarinha”. Depois, testes de DNA foram feitos, mas os resultados foram incompatíveis para traços familiares.