ROMA, 6 AGO (ANSA) – O governo italiano anunciou nesta quinta-feira (5) que, a partir de setembro, o uso do certificado sanitário de vacinação, cura ou teste negativo será obrigatório para professores de todos os cursos educacionais, estudantes universitários e passageiros de transportes inter-regionais, incluindo balsas e trens de longa distância.   

“Aprovamos um novo decreto-lei que enfoca na ferramenta do passe verde para administrar essa fase epidêmica. Nessa fase, a escolha do governo é apostar no certificado para evitar fechamentos e proteger a liberdade”, afirmou o ministro da Saúde, Roberto Speranza.   

O chamado “green pass”, extensão do certificado digital anti-Covid da União Europeia (UE), será exigido a partir desta sexta-feira (6) para acessar cinemas, museus, instalações esportivas, piscinas públicas, além de bares e restaurantes.   

Durante coletiva de imprensa no final do Conselho de Ministros, Speranza ressaltou que o governo italiano tem também o “compromisso de garantir que a escolas possam abrir com segurança” a partir de setembro.   

Desta forma, os funcionários de escolas e universidades precisarão apresentar o passe verde, assim como os alunos. O descumprimento da medida por parte dos trabalhadores será considerado ausência injustificada e, a partir do quinto dia, o profissional será suspenso e terá o salário congelado.   

De acordo com o ministro da Educação, Patrizio Bianchi, mais de 86% dos funcionários da escola já foram vacinados e este número pode chegar a 90%. Ele explicou ainda que o governo italiano investiu quase 2 bilhões de euros para a reabertura das escolas, que vão seguir um protocolo sanitário rígido.   

“Será obrigatório o uso de máscaras, exceto para crianças menores de 6 anos e para atividades esportivas. Recomenda-se respeitar a distância de 1 metro sempre que possível”, explicou Bianchi.   

Já o ministro da Saúde convocou as famílias a vacinarem as crianças maiores de 12 anos e disse que os adolescentes entre 12 e 18 anos terão acesso a testes rápidos de detecção da Covid-19 por oito euros, enquanto o restante dos italianos pagará 15 euros.   

A hipótese dos testes anti-Covid gratuitos foi descartada porque poderia desencorajar os jovens a se imunizarem, segundo fontes do governo.   

Além disso, o green pass será obrigatório em trens e alguns serviços de balsa inter-regionais, com exceção do Estreito de Messina, em ônibus que ligam mais de duas regiões, a partir de 1º de setembro. A regra, porém, não será válida para ônibus e metrôs do transporte público local e para trens regionais.   

Um acordo também foi alcançado em relação à capacidade do meio de transporte, que deverá aumentar de 50% para 80% dos lugares disponíveis, tanto nos veículos locais como no transporte de longa distância.   

Por fim, ficou decidido que não haverá obrigatoriedade de passes verdes para os hóspedes do hotel nos restaurantes e bares das estruturas reservadas para eles. Quanto aos casos positivos de Covid-19, a quarentena da vacina deve cair de 10 para sete dias.   

“Com cautela e ao mesmo tempo com coragem atendemos as necessidades da economia e conseguimos manter a curva de contágio sob controle”, finalizou o premiê italiano, Mario Draghi.   

ERRATA: O texto veiculou, das 19h09 até às 19h36, a informação no título de que a Itália exigirá o passe sanitário em transportes públicos. No entanto, será apenas em transportes inter-regionais de longa distância. (ANSA)