A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) minimizou a polêmica sobre nomeação de maquiadores como seus assessores e afirmou haver uma narrativa da direita contra ela. Em entrevista à ISTOÉ, a deputada admitiu usar a moda como ferramenta de trabalho e afirmou que os assessores têm funções administrativas comprovadas.
Em junho, Erika foi alvo de críticas após um assessor de seu gabinete publicar uma foto maquiando a deputada nas redes sociais. Ao todo, dois assessores de seu gabinete foram apontados como responsáveis pela maquiagem da parlamentar. Um deles é Ronaldo César Camargo Hass, que recebe R$ 9,6 mil mensais da Câmara. Outro é Índy Cunha Montiel da Rocha, que tem salário de R$ 2,1 mil.
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Erika afirmou que ambos os assessores são responsáveis por articulações junto às comissões, movimentos sociais e lideranças na Câmara dos Deputados. Para ela, ser maquiador não é demérito e acusa uma tentativa de desmoralização do trabalho do mandato.
“Eu não tenho como controlar narrativas a meu respeito. Acusar meus assessores de serem maquiadores é uma tentativa de desmoralizar todo o trabalho que a minha equipe vem realizando. Eu tenho maquiadores, bordadeiras e outros que trabalham em meu gabinete e tem atribuições administrativas que são facilmente comprovadas”, rebate.
A deputada também foi alvo de críticas após publicar uma foto nas redes sociais com uma bolsa avaliada em R$ 20 mil. Ao ser questionada sobre a abertura de flanco para críticas, ela negou, admitiu usar a moda como uma ferramenta política e afirmou que os produtos foram pagos com o próprio dinheiro.
“Sempre admiti que gosto de moda e uso ela como uma ferramenta política. Nada mais natural que eu tivesse e sempre foram pagas com o dinheiro do meu salário. Não aumentei meus bens, não tenho propriedade, não tenho carro, casa própria. Não tenho fundos de investimento, mas tenho bolsas lindíssimas no meu armário, da qual me orgulho todos os dias de trabalhar e pagar por elas”, disse a ex-líder do partido na Câmara.
Erika Hilton apontou uma tentativa de perseguição por sua atuação no Legislativo e criticou a falta de fiscalização de luxos de outros parlamentares. “Eu acho curioso, porque tenho bolsas e óculos caros, como se só eu fizesse essas coisas. Todo mundo tem seu trabalho, faz o que quer com o seu dinheiro. Eu compro minhas coisas de forma lícita. Eu nunca vi um deputado ser questionado por usar um Rolex ou uma deputada por usar uma bolsa da Chanel ou qualquer outra marca dentro da Câmara dos Deputados”, afirma.