A deputada federal Erika Hilton, líder da bancada do Psol na Câmara dos Deputados, disse não pensar em alçar candidatura à presidência da República no futuro. A justificativa é a formação atual do Congresso, conservador demais na visão da parlamentar.

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“Com esse congresso, estou de boa. Mas é importante isso estar no coração das pessoas. Ser uma mulher negra, travesti, que já esteve em esquinas de prostituição, com uma história de vida dura, e uma parte do Brasil dizer que enxerga essa possibilidade, que sonha com isso, para mim, é potente, incrível, revolucionário e transformador”, disse em entrevista ao Foquinha Entrevista, da apresentadora e jornalista Foquinha.

“Hoje, ainda tenho muito o que fazer, mas não sonho e nem trabalho para isso acontecer. E se acontecesse, o país teria que estar muito mudado”, avalia.

Durante a entrevista, a deputada contou que foi expulsa de casa aos 14 anos pela sua mãe, religiosa, e que se flagelou, na época, para tentar amenizar a dor emocional. Por esse motivo, não vê possibilidade de relacionar religião e vida pública.

“As pessoas não entendem que a religião passa a ser um problema quando passa a querer dominar a política. A religião não deve se associar para a política se manter laica e ser pensada para todos. E o problema não são os religiosos, são os fundamentalistas. É pouco provável que uma pessoa que quer viver a fé e a espiritualidade, vá estar ‘infernizando’ a vida de alguém com sua verdade absoluta”.