07/08/2024 - 14:14
Jurado do “MasterChef Brasil”, da Band, Érick Jacquin afirmou que não se importa com a repercussão de suas falas polêmicas, dentro e fora do reality show culinário. O chef de cozinha já virou assunto por dar respostas questionáveis sobre as roupas de clientes dentro de restaurantes, sobre sua higiene pessoal e já foi até chamado de machista pela apresentadora Ana Paula Padrão, a quem apelidou de “segunda mulher”.
Em um papo exclusivo com o site IstoÉ Gente, enquanto almoçava à beira da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o cozinheiro voltou atrás em declarações passadas sobre não tomar banho, rebateu críticas das redes sociais, e disse que sua esposa, Rosangela Menezes – com quem tem dois filhos, os gêmeos Antoine e Elise, de seis anos de idade -, é “ideal” por não ser escandalosa: “Não passo vergonha”.
O assunto surgiu enquanto Jacquin falava sobre o seu lado romântico como marido, que ele não mostra tanto ao público. Ele garantiu que está fazendo um bom papel como companheiro, que “ajuda” nos serviços domésticos e pontuou características na parceria que, na visão dele, configuram uma companhia perfeita.
“Eu faço tudo o que o homem deve fazer. Eu gosto que ela [esposa] se divirta. E eu sou um homem que ajuda em casa, eu ajudo na cozinha e com alguma coisa de casa. Se não tem ninguém, eu faço a minha cama. Eu gosto de viajar com ela, de ir a qualquer lugar com ela. E eu nunca passo vergonha [com ela], isso é o mais importante”, disparou.
Ao ser questionado sobre o que seria passar vergonha com a esposa, o chef pontuou: “[Ser] uma mulher escandalosa”. Após tentativa de réplica para mais detalhes sobre a afirmação, o cozinheiro, então, desconversou: “A minha mulher é muito inteligente. Ela sabe das suas responsabilidades e a sua posição. Ela sempre fica do meu lado”.
60 anos
Descontraído, Érick Jacquin fez um balanço dos 60 anos de idade, que completará em 9 de dezembro deste ano. O jurado acredita que esteja envelhecendo bem, com espírito de jovem – o que ele atribui como o mais importante.
“Me sinto muito jovem. Eu não me sinto igual antigamente, [quando as pessoas tinham] 60 anos pareciam velhinhas, me lembra o meu pai quando tinha 60 anos, ele parecia mais usado, mais velho. A nossa vida mudou muito, graças à medicina, graças a tanta coisa, a sociedade cresceu de uma forma diferente. Eu tenho medo de idade, eu não quero ficar velho, não quero nem um pouco”, afirmou.
Apesar disso, Jacquin não gosta da ideia de a velhice bater à porta. O empresário afirmou que tem medo da idade, mas ainda assim prefere viver a vida de forma mais livre, sem se preocupar com restrições alimentares.
“Há duas maneiras de pensar: eu não quero ficar velho, mas é melhor ficar velho com uma vida maravilhosa, do que ficar velho sem beber, sem fumar, sem nada. Eu não fumo, mas [não poder comer e beber o que quer] é uma vida super triste. Um dia acontece de sofrer um infarto, ter um câncer e nem sabe porquê. Acho que a vida é um número de sorte. Cada um puxa o número que vai nascer, não tem jeito. Eu acredito que a vida já está escrita e não tem como fugir”, completou.
Dinheiro
Érick Jacquin reforçou a ideia de que não precisa de muito para viver bem. O chef mora de aluguel há mais de 14 anos na cidade de São Paulo e não cogita a possibilidade de adquirir imóveis para ter estabilidade.
“Qual é o sentido de ser proprietário do lugar onde você mora? Obrigação de ficar para o resto da vida? Eu posso pegar minhas malas e ir embora amanhã”, argumentou ele, que investe todo o dinheiro que recebe nos dez restaurantes que tem espalhados pelo estado.
“Tenho dois filhos pequenos e penso no futuro deles. [Além disso] tenho uma vida boa, viajo e sempre guardo dinheiro. É muito importante ter um capital para poder reinvestir. Invisto muito em todos os restaurantes, a gente reinveste em tudo. De resto, eu vivo bem. Não preciso de dinheiro, vou ao restaurante que eu quiser, quando quiser. Não vou viver de luxo”, reiterou.
Ao ser questionado sobre frequentar os restaurantes que quiser já ser um perfil de uma vida de luxo, o chef justificou: “Depende do que é luxo. Tem gente que tem o luxo de ter uma BMW ou uma Ferrari. Lógico que eu não tenho uma Ferrari – até porque, se eu entro, não consigo sair. O luxo é poder fazer uma coisa razoável hoje, sem se preocupar com o manhã”.
“MasterChef Brasil”
No time fixo de jurados do “MasterChef Brasil” desde 2014, Jacquin se mostra realizado não só com o sucesso da sua performance na TV, mas também com os amigos que fez ao longo dos anos na atração. Ele voltou a negar que veste um personagem no reality show culinário e já não se vê longe das câmeras.
“Não é um personagem, não. Eu sou igual na TV, em casa, em qualquer lugar. Tudo que eu falei que viralizou, realmente foi improvisado, foi direto, sem querer. Eu amo o que eu faço, adoro o que eu faço na TV e adoro ficar no restaurante. Então, são duas paixões que se completam muito bem. Eu acho que o hobby é o restaurante quando estou trabalhando na TV, mas quando estou no restaurante, o hobby é a TV”.
O chef teceu elogios aos companheiros da bancada de jurados, Helena Rizzo e Henrique Fogaça. “A Helena é muito boa, muito direta, é extraordinária. E o Fogaça é um cara que eu tenho uma admiração muito grande. Com a vida que ele tem, com a vida que ele faz e tudo o que ele é. Muita gente não entende o que ele é. Ele é uma pessoa com uma sensibilidade muito grande. Eu tenho muito respeito por ele”, declarou.
Sobre Ana Paula Padrão, Jacquin foi além e disparou: “A Ana Paula é uma pessoa extraordinária, é a minha segunda mulher, briga comigo, manda eu parar, manda eu não fazer isso, aquilo… eu a amo. Ela é maravilhosa”.
“Eu gosto de ser polêmico”
Érick Jacquin está ciente de que suas declarações dão o que falar. E nem por isso ele deixa de dizer o que pensa, a seu modo.
“Não me arrependo de nada. As pessoas não entendem as coisas, sempre procuram o mal. Hoje, com as redes sociais, as pessoas vão criticar, vão falar. Se o cara corta o cabelo, é porque ele cortou o cabelo. Se ele aparece na TV com o cabelo comprido é a mesma coisa. Muita gente gosta de criticar, mas é bom, eu gosto. Eu alimento e é muito gostoso. Eu gosto de ser polêmico, gosto de dar trabalho para os outros. Tudo que eu faço, às vezes não é bem pensado, mas eu assumo”.
A respeito da declaração de que não gosta de tomar banho nem escovar os dentes, Jacquin voltou atrás e disse que sim, toma banho. Porém, confirmou que não gosta de fazer a higiene bucal.
“Se o cara acredita que eu não tomo banho, ele não me conhece, é um burro. Eu estava brincando. Agora, a última vez que vou responder sobre isso. Vocês, brasileiros, são as pessoas que mais cuidam do corpo, da higiene, no mundo todo. Os brasileiros tomam três, quatro banhos por dia. Em contrapartida, vocês abrem a janela do carro e jogam uma caneca vazia, uma garrafa, um papel… as ruas são muito sujas de papelão, de lixo, não dá nem para entender porquê. E ainda falam que os franceses não tomam banho. Os franceses tomam banho igual aos outros, mas com certeza tomam menos que no Brasil. Mas eu gosto de tomar banho, eu amo”.
Jacquin não só toma banho todos os dias, como toma mais de uma vez. Porém, escovar os dentes depois de cada refeição é algo que ele não colocou em prática.
“Vou falar? Dois [banhos]. Eu não saio de casa sem tomar banho de manhã. Mas eu não gosto de escovar os dentes. Me dá ânsia, vontade de vomitar. Eu escovo só embaixo do chuveiro. Eu não vou ao restaurante para escovar os dentes depois de comer. Isso é bobagem. Os caras andam com a escova na bolsa, por amor de Deus. Vai no restaurante para comer, não é? Se beijar uma mulher vai escovar os dentes depois? Tem o momento certo para tudo. Mas eu não fedo, eu não tenho bafo, sou um cara naturalmente cheiroso”.