ROMA, 11 JUL (ANSA) – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversou por telefone com seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdorgan, para debater a guerra e a retomada das exportações de grãos por parte da Ucrânia através do Mar Negro.
O anúncio foi feito pela presidência turca, conforme relatado pela agência Tass nesta segunda-feira (11). “Chegou a hora de agir para implementar o plano de criação de corredores para a exportação dos grãos ucranianos”, pediu Erdogan a Putin durante a ligação.
Segundo o comunicado turco, os dois líderes “discutiram a situação na Síria, a situação na Ucrânia à luz das operações militares russas, a criação de corredores seguros para a exportação de grãos do Mar Negro”.
Erdogan fez um apelo para o líder russo “adotar medidas” a respeito da proposta da ONU, cujo plano é facilitar as exportações com a instalação de corredores seguros e evitar uma crise alimentar. A ideia recebeu o apoio de Moscou e Kiev.
O presidente turco ainda discutiu a situação com o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmando que o maior desejo é que a paz chegue ao território ucraniano.
Em um outro telefonema, Erdogan disse que “a Turquia continua a trabalhar no plano elaborado pelas Nações Unidas para a entrega de cereais ucranianos ao mercado mundial” e ressaltou que “a solução Ucrânia-Rússia que pode ocorrer será por meio da diplomacia”.
Por sua vez, Zelensky agradeceu o apoio da Turquia e “as condolências pelas novas vítimas civis da agressão russa” e afirmou que os dois falaram “da importância de desbloquear os portos ucranianos e retomar as exportações de grãos”.
“Também devemos impedir que a Rússia tome nossos grãos”, acrescentou.
O plano turco prevê a exportação de 35 milhões a 40 milhões de toneladas de grãos da Ucrânia através dos estreitos do Bósforo e de Dardanelos nos próximos seis a oito meses.
A Rússia impôs um bloqueio naval aos portos ucranianos no Mar Negro, o que impediu Kiev de exportar milhões de toneladas de grãos para outros países. Esse cenário ameaça causar uma crise alimentar de proporções globais, com a disparada dos preços no mercado internacional.
Para liberar o acesso à costa ucraniana, Moscou exige a desminagem dos portos, mas Kiev teme que, ao fazer isso, os locais fiquem vulneráveis a ataques russos. (ANSA)