ISTAMBUL, 21 FEV (ANSA) – A reintrodução do crime de adultério e a punição de “castração” para pedófilos voltou a ser debate na Turquia pelo presidente, Recep Tayyip Erdogan. O mandatário disse que cometeu um “erro” quando deixou de lado, em 2004, um projeto de lei que reintroduziu o crime de adultério, para acelerar as negociações de adesão à União Européia. As concessões a Bruxelas, porém, resultaram na adesão completa da Turquia à UE, após uma negociação que durou cerca de 12 anos e hoje está virtualmente suspensa. ”Devemos considerar a introdução de algumas regras sobre o adultério e, talvez, considerá-la junto com a questão do assédio”, afirmou Erdogan. “Uma questão sobre a qual a Turquia é diferente da maioria dos países ocidentais”, disse. A proposta de lei sobre o adultério foi incluída nas reformas do governo AKP, mas, após oito anos, foi colocada de lado entre fortes controvérsias e pressão da UE. Outra legislação discutida diz respeito à pedofilia, depois de algumas notícias terem abalado o país. De acordo com uma pesquisa realizada pela oposição, os casos de abuso infantil na Turquia chegariam a mais de 300 mil por ano, com apenas 5% seriam denunciados. Para os acusados de pedofilia, o Executivo sugere “castração química” e criou até uma comissão para lidar com isso, envolvendo seis ministérios. As penas serão reforçadas, porque segundo Erdogan ” As feridas infligidas à sociedade são como as de um assassinato”. (ANSA)