‘Era perceptível que ele estava mal’, diz aliado que se reuniu com Lula

No início da tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou a apresentar os primeiros sinais de indisposição. Durante conversa com interlocutores, mencionou uma dor sutil na cabeça.

+ Lula começou a se sentir mal na segunda, antes de reunião com Lira e Pacheco

+ Cirurgia de Lula pode deixar sequelas? Entenda o que é a craniotomia e qual o tempo de recuperação

Mesmo assim, manteve uma agenda intensa. Reuniu-se com ministros para discutir questões relacionadas a estatais, tratou de medidas para abordagens policiais com Ricardo Lewandowski (Justiça) e recebeu os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para negociar as emendas parlamentares.

No decorrer da tarde, durante a reunião com Lewandowski e Rui Costa (Casa Civil), a dor de cabeça se intensificou. Já no encontro seguinte, com Lira e Pacheco, assessores sugeriram que um médico fosse chamado para avaliar o presidente.

Um aliado que participou de uma das reuniões afirmou ao site IstoÉ que era evidente o desconforto de Lula. O presidente, segundo ele, parecia querer encurtar os encontros.

“Era perceptível. Olhava nos olhos dele e dava para ver que estava cansado, que algo o incomodava, e não era relacionado às emendas“, afirmou, sob condição de anonimato.

“Acho que ele queria acelerar a reunião. Tentava ir direto ao ponto para resolver tudo o mais rápido possível”, acrescentou.

Lula foi atendido pelos médicos do Palácio do Planalto, que imediatamente recomendaram sua ida ao hospital. No Sírio-Libanês de Brasília, o presidente foi submetido a exames, que diagnosticaram uma hemorragia cerebral.

A notícia pegou o Planalto de surpresa. Interlocutores que ouviram as queixas do presidente acreditavam que ele estava apenas com uma enxaqueca.

Lula foi submetido a uma cirurgia durante a madrugada, que, segundo a equipe médica, foi bem-sucedida.

O presidente permanecerá na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelas próximas 48 horas. Ele já conversa com a primeira-dama, Janja da Silva, e se alimenta normalmente. A equipe médica prevê que Lula poderá receber alta apenas na próxima semana.