Marcelo Cosme, jornalista e apresentador da GloboNews, participou de uma live com Maurício Arruda e falou sobre o mês do orgulho LGBTQIA+. Na transmissão ao vivo, ele relembrou como se assumiu gay e falou da dificuldade de contar aos pais sua homossexualidade.

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“Hoje em dia, se bobear tem dias que a minha mãe fala mais com o meu namorado do que eu mesmo. Eu só fiquei com outro homem aos 28 anos, depois que eu saí de casa. Eu morei com os meus pais até os 24 anos, no interior do Rio Grande do Sul, em uma cidade que se chama Rio Grande. Fui para Porto Alegre depois, fiquei dois anos, e aí fui para Brasília. E quando eu fui pra lá, depois de dois anos, tive coragem de ficar com o primeiro homem. E aí começa aquela coisa: eu conto pros amigos, tenho vida dupla e acabo sendo o hétero do rolê”, começou Cosme.

E continuou falando que a mudança foi um fator determinante em sua descoberta: “E aí foi indo. Chegou em um momento que as minhas irmãs sabiam, meu filho sabia, mas os meus pais não. E eu contei pra minha mãe, e só fui contar para o meu pai há dois anos. Eu nunca escondi nada sobre isso publicamente, mas de uns tempos pra cá tomou uma proporção maior. As pessoas saberem que eu sou gay pra mim não faz a mínima diferença”.

“Eu fiquei reprimido durante 28 anos por morar muito perto da minha família. Ir para Brasília me deu uma segurança muito maior, porque eu lembro de me esconder até de mim mesmo no início. Eu me escondia de mim, dos meus amigos, e hoje em dia eu não me escondo de ninguém. Pelo contrário. Na adolescência e no início da fase adulta, eu fui muito no automático. A sociedade fala que você tem que namorar, que você tem que transar com mulher e você vai no automático”, desabafou.

Marcelo ainda disse que relação com a sua mãe mudou para melhor depois que ele se assumiu. “A minha casa me limitou durante muito tempo… eu sou de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul e aquilo não era admissível. Eu só fui ficar com um homem em Brasília, quando morava sozinho. Por morar sozinho, facilitava. Depois que você mora longe da família, você se permite. E foi por morar longe da família que eu pude me experimentar e ter a certeza que eu sou assim, e ponto, não tem problema”.

“Depois que eu comecei a me relacionar com homens, toda vez que eu brigava com algum namorado ou simplesmente queria conversar, eu sentia vontade de falar com a minha mãe. E eu não podia. Isso era muito ruim. Pouco depois que eu contei para ela, o meu namoro acabou. E eu finalmente podia dividir com ela as minhas angústias e o que eu estava passando. Me fez bem, sabe? Eu não pude durante 15 anos fazer isso. Eu sentia muita falta de dividir com a minha família o que eu estava vivendo, eu viajava de férias com um namorado e tinha que dizer que era um amigo”, finalizou.