A mãe do policial Lucas Valença, conhecido como “Hipster da Federal”, morto em março, falou à Polícia Civil sobre os surtos psicóticos enfrentados pelo filho e defende que houve legítima defesa por parte do homem que atirou contra ele, na zona rural de Buritinópolis, em Goiás.
Segundo trechos do depoimento divulgados pelo site Metrópoles, Maurícia Valença afirmou que não há nenhuma dúvida de que o auxiliar de almoxarifado seja inocente e tenha agido em legítima defesa.
“Foi em legítima defesa. Esse rapaz é inocente. Eu não tenho nenhuma dúvida disso. Ele agiu porque não era fácil sustentar uma situação dessa. Ele agiu em legítima defesa. Ele não é culpado”, disse a Maurícia.
A pastora contou que o filho já tinha tido um surto psicótico antes, e que havia iniciado um tratamento, mas que o psiquiatra pensava ter sido apenas um episódio isolado e dito que não era necessário continuar com um tratamento.
“Dois anos atrás, ele teve um surto, mas não chegou perto do que aconteceu. Ele iniciou tratamento, mas o psiquiatra achou que ele estava muito bem, que poderia ser um episódio isolado. O médico teria dito que não era necessário (continuar o tratamento). Ele não tinha chegado em diagnóstico nenhum de patologia psíquica”, disse a mãe do Hipster da Federal.
Lucas Valença ganhou notoriedade após ter participado da prisão do ex-deputado federal Eduardo Cunha. Segundo sua mãe, ele havia aumentado o consumo de bebida alcoólica pouco antes do surto.
“Ele começou a beber o tempo todo, [era] cerveja que ele bebia, e aquilo foi potencializando”, explicou.
Relembre o caso
Lucas Valença, o Hipster da Federal, morreu no último dia 2 de março, no Povoado Santa Rita, zona rural de Buritinópolis (GO). Segundo o morador, ele estava em casa, com sua esposa e a filha de 3 anos, quando ouviu barulhos de alguém andando em volta de sua casa, gritando diversos xingamentos.
Momentos depois, um homem desligou o padrão de energia, foi até a porta da residência e a arrombou. O morador falou para o invasor ir embora. Entretanto, Lucas teria entrado no imóvel. Por medo, o investigado efetuou um disparo com uma espingarda calibre 22 em direção ao invasor, não sabendo que o atingiu.
Logo após, religou a energia elétrica da residência e assim pôde constatar que atingiu a vítima abaixo do peito. Na sequência, ele chamou a Polícia Militar e o socorro médico, mas a vítima faleceu no local.