Equipes de resgate vasculham área do acidente de avião na Índia que matou 265

Equipes de resgate vasculham área do acidente de avião na Índia que matou 265

Equipes de resgate com cães farejadores vasculhavam nesta sexta-feira (13) o local da queda do avião da Air India na cidade indiana de Ahmedabad, onde morreram 265 pessoas, incluindo vítimas em terra.

Um homem a bordo do Boeing 787-8 Dreamliner, que transportava 242 passageiros e seguia para Londres, sobreviveu milagrosamente ao acidente de quinta-feira (12), no qual uma parte do avião ficou presa no segundo andar de um alojamento para profissionais de saúde de um hospital da região.

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A Air India indicou em comunicado que o “único sobrevivente está sendo tratado em um hospital” e que “é um cidadão britânico de origem indiana”.

Outra parte da aeronave caiu sobre o prédio de uma cafeteria onde alguns estudantes faziam uma refeição, segundo testemunhas.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, visitou o local da tragédia nesta sexta-feira.

O subcomissário da polícia local, Kanan Desai, declarou à imprensa que “265 corpos foram levados ao hospital”, o que significa que 24 pessoas morreram em terra.

“O número oficial de mortos será declarado após a conclusão dos exames de DNA”, declarou o ministro do Interior, Amit Shah.

Krishna, um médico que não revelou seu nome completo, disse ter visto “entre 15 e 20 corpos queimados” e ele mesmo, juntamente com outros colegas, resgataram 15 estudantes.

A autoridade de aviação civil da Índia disse que havia 242 pessoas a bordo da aeronave, incluindo dois pilotos e dez tripulantes.

A Air India, por sua vez, informou que a aeronave levava 169 passageiros indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadense. O voo se dirigia para o aeroporto londrino de Gatwick.

“A tragédia em Ahmedabad nos chocou e entristeceu. É devastador para além das palavras”, disse Modi após o acidente.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lamentou o “terrível” acidente. O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, falou de cenas “devastadoras” e o rei Charles III se disse “chocado”.

‘Devastador’

O avião emitiu um chamado de socorro e “caiu imediatamente após a decolagem”, disse a direção-geral de aviação civil.

Ahmedabad, a principal cidade do estado de Gujarat, tem cerca de 8 milhões de habitantes e o aeroporto, muito concorrido, é cercado de áreas residenciais densamente povoadas.

“Quando chegamos ao local, havia cadáveres jogados e os bombeiros apagavam as chamas”, contou Poonam Patni, um morador local. “Muitos corpos ficaram queimados”, assegurou.

Jornalistas da AFP viram médicos usando um carrinho para levar os corpos para uma ambulância.

O avião caiu em uma área situada entre um hospital e Ghoda Camp, um dos bairros da cidade.

O aeroporto foi fechado e todos os voos foram “suspensos até novo aviso”, informou o operador.

As agências de investigação de acidentes aéreos do Reino Unido e dos Estados Unidos anunciaram o envio de equipes para auxiliar os técnicos indianos.

O presidente da companhia aérea, Natarajan Chandrasekaran, disse que foi estabelecido um centro de emergência com uma equipe de apoio para as famílias em busca de informações.

A Tata Group, empresa proprietária da Air India, ofereceu uma ajuda financeira de dez milhões de rúpias (aproximadamente R$ 647 mil, na cotação atual) às “famílias de cada pessoa que perdeu a vida nesta tragédia” e prometeu cobrir as despesas médicas dos feridos.

A Índia já teve vários acidentes aéreos, inclusive a colisão, em 1996, de dois aviões nos céus de Nova Délhi, que deixou quase 350 mortos.

Em 2010, um avião da Air India Express caiu e explodiu no aeroporto de Mangalore, no sudoeste da Índia, o que causou a morte de 158 dos 166 passageiros e tripulantes a bordo.

Os especialistas acreditam que é cedo demais para especular sobre as causas do acidente desta quinta-feira.