A equipe da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) realizou pagamentos via Pix totalizando R$ 13.500 para o hacker Walter Delgatti Neto, segundo o documento divulgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), em que a IstoÉ teve acesso.

Delgatti Neto teria sido pago por assessores de Zambelli  para invadir sistemas informáticos do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), com o objetivo de expor eventuais vulnerabilidades do Poder Judiciário brasileiro, “como forma de desacreditar o sistema eletrônico de votação gerenciado pelo Tribunal Superior Eleitoral”, afirma o texto.

Vale lembrar que o hacker ficou conhecido por invadir celulares dos procuradores da Lava Jato e vazar conversas, o que culminou na Vaza Jato.

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Ouvido em declarações, Delgatti Neto admitiu a autoria da invasão no dia 4 de janeiro de 2023 ao sistema informático do Banco Nacional de Mandados de Prisão BNMP do CNJ, além disso ele revelou detalhes a respeito da metodologia utilizada.

O hacker também ressaltou que Zambelli teria se aproximado dele, em setembro de 2022, com o objetivo que que ele invadisse a uma eletrônica, ou qualquer sistema da Justiça Brasileira, para demonstrar a fragilidade do sistema judicial.

Operação 3FA

Diante disso, a Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira, 2, a Operação 3FA com o objetivo de esclarecer a invasão aos sistemas do CNJ e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no BNMP. Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços da parlamentar.

Zambelli

Em nota, a defesa da deputada afirma que recebeu com surpresa o conhecimento da busca e apreensão, “uma vez que a parlamentar já se havia colocado formalmente à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”

E completa: “a deputada não praticou qualquer ilicitude e confia que ao final das investigações sua inocência ficará comprovada”