O consórcio liderado pela Equinor no projeto Raia, na bacia de Campos, tem 60 dias para entregar à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) um novo plano de desenvolvimento, unindo os campos de Raia Manta e Raia Pintada em um campo único, que será batizado de Raia Manta, informou a diretora da ANP, Symone Araújo, em reunião do colegiado na quinta-feira, 27.
A Equinor apresentou à agência um plano de desenvolvimento da produção como se tratassem de dois ativos diferentes, evitando assim o pagamento de Participação Especial, uma taxa além dos royalties, cobrado de grandes campos de produção. O plano foi parcialmente aprovado pela diretoria e depende da mudança para entrar em execução.
“As áreas Raia Manta e Raia Pintada, na bacia de Campos, são um campo único e estão sujeitas ao pagamento de participações especiais “, disse a diretora durante a reunião.
Tendo a Equinor como operadora com 35%; Repsol-Sinopec, com a mesma participação e Petrobras, com 30%, o campo de Raia é o maior projeto de gás natural em desenvolvimento do País, e prevê entrar em operação no segundo trimestre de 2028, com produção de 16 milhões de metros cúbicos diários, cerca de 30% da produção de gás natural atual do Brasil. O campo vai produzir gás associado e não associado ao petróleo.
Gasoduto
Além da unitização do campo, o que vai aumentar a arrecadação governamental, a reunião da diretoria da ANP aprovou a construção de um gasoduto de cerca de 200 quilômetros do campo de Raia ao Terminal de Cabiúnas, no Rio de Janeiro, que junto com a perfuração de oito poços e o desenvolvimento da produção, consiste em investimentos de US$ 9,6 bilhões, segundo a ANP.
A agência submeteu o plano de construção do gasoduto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável pelo planejamento dessa infraestrutura no País, que também aprovou a obra.