A s indicações de “Mank” já eram esperadas: a produção homenageia “Cidadão Kane” e os tempos dourados de Hollywood – todo mundo sabe que a Academia adora valorizar a si mesma. Com exceção do filme de David Fincher, porém, que concorre em dez categorias, a cerimônia marcada para 25 de abril será a mais equilibrada da história – e a mais globalizada também. Uma prova disso é a disputa pelo Oscar de Melhor Diretor: concorrem o norueguês Thomas Vinterberg (“Druk – Mais uma Rodada”), o americano David Fincher (“Mank”), o sul-coreano Lee Isaac Chung (“Minari – Em Busca da Felicidade”), a britânica Emerald Fennel (“Bela Vingança”) e a chinesa Chloé Zhao (“Nomadland”). Na lista de Melhor Filme, além de “Mank”, estão “Judas e o Messias Negro”, “O Som do Silêncio”, “Os 7 de Chicago”, “Meu Pai” e “Nomadland”, todos indicados a seis prêmios cada, além de “Bela Vingança” e “A Voz Suprema do Blues”, com cinco indicações. As candidatas a Melhor Atriz são outro exemplo da tendência globalista: Maria Bakalova (Búlgaria), Glenn Close e Amanda Seyfried (EUA), Olivia Colman (Inglaterra) e Yuh-Jung Youn (Coreia do Sul). Já o Oscar de Melhor Ator deve ter uma homenagem póstuma ao excelente Chadwick Boseman, de “A Voz Suprema do Blues”, que morreu em 2020.

Em busca de uma vitória

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“Minari – Em Busca da Felicidade” venceu o Globo de Ouro de melhor produção em língua estrangeira e acaba de ser indicado ao Oscar de Melhor Filme. A escolha comprova a boa fase do cinema sul-coreano: “Parasita”, de Bong-Joon Ho, levou o Oscar de Melhor Filme em 2020. Em vez de fazer crítica social, porém, esse relato foi inspirado na família do diretor, imigrantes que chegaram aos EUA na década de 1980 em busca do sonho americano. O protagonista é Steven Yeun, conhecido do público pela série “The Walking Dead”. Antes de “Minari”, Chung dirigiu outra saga familiar, mas com tom bem diferente: “I Have Seen My Last Born” (2015), documentário sobre o drama humano durante a guerra civil em Ruanda, na África.