A Procuradoria do Equador denunciou, neste domingo, ameaças de morte contra a procuradora Diana Salazar, que investiga a entrega de subornos milionários por parte da construtora Odebrecht em troca de contratos.

“A Procuradoria-Geral do Estado rejeita firmemente qualquer ato que busque amedrontar seus funcionários e tente obstruir as investigações”, indicou o organismo em um comunicado após divulgar as intimidações contra Salazar.

A Procuradoria publicou em sua conta de Twitter um vídeo em que um mascarado com voz distorcida exige a renúncia de Salazar. “Não ponha em risco a sua querida família. É hora de fazer verdadeira justiça. Exigimos que renuncie imediatamente”, adverte a voz.

Salazar coordena a Unidade de Transparência e Luta contra a Corrupção, organismo encarregado da investigação sobre o esquema de corrupção da Odebrecht. Nesse caso há ao menos 18 detidos sem sentença no país, entre eles o vice-presidente Jorge Glas, que não foi acusado.

A Unidade investigou também o caso FIFAgate no Equador, que derivou em uma sentença de 10 anos de prisão por lavagem de dinheiro contra o ex-chefe do futebol local Luis Chiriboga.

“Na vida se escolhe o caminho do bem ou do mal. Esta vez cabe a você eleger, doutora, entre o que faz e quer para a sua família. (…) Justiça, verdade ou morte”, acrescenta a voz do vídeo, que no início exibe a legenda “Frente de Liberación Popular”, um suposto grupo até agora desconhecido.

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O Procurador-Geral do Equador, Carlos Baca, qualificou as ameaças como “atos de covardia” e assegurou que a luta contra a corrupção “é um caminho irreversível”, segundo um comunicado da entidade.

O ministro do Interior, César Navas, assinalou que “foi mobilizado todo o contingente das unidades especializadas da polícia nacional para poder investigar este caso e sobretudo garantir a vida, a saúde e o bem-estar da procuradora e de sua família”, disse em uma entrevista a uma rádio pública.

Salazar foi quem encontrou indícios para investigar por associação ilícita o vice-presidente Glas no âmbito do esquema de subornos da Odebrecht.


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