Equador processa empresa americana por fraude milionária durante crise de eletricidade

O Equador processou a empresa americana Progen por uma suposta fraude milionária ao descumprir o contrato para a compra de geradores elétricos em meio a uma crise energética, em 2024, decorrente da pior seca em seis décadas, informou nesta terça-feira (16) o presidente Daniel Noboa.

No ano passado, o país enfrentou apagões de até 14 horas diárias devido à forte estiagem em rios que alimentam usinas hidrelétricas, que respondem por 70% da eletricidade.

Para atender à emergência, o governo anunciou na época a compra de dois geradores elétricos por 149 milhões de dólares (805 milhões de reais) da Progen, dos quais pagou 70%. A empresa tem sede na Flórida e foi criada em 2017.

“Determinei que o Estado equatoriano processe a PROGEN nos Estados Unidos. Ontem foi apresentada [a ação]”, escreveu Noboa no X.

O Equador alega que a firma descumpriu o acordo e cometeu fraude ao entregar geradores obsoletos e incompletos. Além disso, acusou-a de usar documentos falsificados para obter o contrato.

O presidente advertiu que recorrerá “a todas as instâncias, até que exista reparação integral ao país” por essa fraude, em meio a uma seca que afetou a economia, com perdas estimadas em quase 2 bilhões de dólares (10,8 bilhões de reais).

Em uma visita de autoridades equatorianas à Progen nos Estados Unidos em maio do ano passado, a empresa “declarou falsamente que havia fabricado os novos geradores de energia nessa instalação e que estavam em condições aptas para serem entregues”, aponta o documento da ação.

Agora o Equador reivindica a devolução de cerca de 110 milhões de dólares (595 milhões de reais), além de juros e custos legais.

Os geradores que chegaram ao país deveriam entrar em operação em novembro. No entanto, até o momento isso não aconteceu.

Em agosto, a Procuradoria-Geral realizou operações de busca e apreensão em três províncias do país, incluindo usinas termoelétricas, no âmbito de uma investigação do caso denominado Apagão, pelo suposto crime de peculato.

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