O presidente do Equador, Guillermo Lasso, disse nesta terça-feira (31) que seu país está em “guerra” contra o narcotráfico e a criminalidade, ao final do primeiro mês do estado de emergência decretado nas três províncias mais violentas.
“Esta é uma guerra e a única maneira é vencê-la para proteger a vida de crianças e jovens equatorianos”, disse o presidente durante um ato militar em Quito.
Ele alertou que “aquele que se excluir (do combate) simplesmente deve ser considerado parte da ameaça contra o povo equatoriano”.
Lasso decretou estado de emergência de 60 dias nas províncias costeiras de Guayas, Manabí e Esmeraldas devido ao aumento do tráfico de drogas, que levou a crimes nas ruas e massacres nas prisões que deixaram quase 400 presos mortos desde fevereiro de 2021, quando começaram os confrontos entre gangues dentro dos presídios.
No âmbito do estado de emergência, o presidente mobilizou cerca de 9.000 militares. Também estabeleceu um toque de recolher noturno para algumas localidades.
“Hoje enfrentamos a reação de grupos criminosos que perderam seu território e seus lucros, prejudicamos seus negócios e é por isso que eles reagem”, acrescentou Lasso, ex-banqueiro de direita que iniciou seu segundo ano no cargo em 24 de maio.
O narcotráfico deixa mensagens de terror na nação outrora pacífica. Corpos sem cabeça pendurados em pontes, roubos violentos e explosões de carros se tornaram frequentes no país.
O presidente, que pediu a “união de todos os equatorianos”, disse que nos próximos dias se reunirá com os 221 prefeitos do país, organizações sociais e a academia para buscar soluções para o aumento dos crimes ligados ao narcotráfico.
O Equador – que por muitos anos permaneceu relativamente seguro diante da violência de seus vizinhos Colômbia e Peru, os dois maiores produtores de cocaína do mundo – apreendeu um recorde de 210 toneladas de drogas em 2021.
Até agora este ano, as apreensões chegaram a 90 toneladas, segundo a polícia. Da mesma forma, as mortes violentas aumentaram.
No ano passado, o país registrou uma taxa de homicídios de 14 por 100.000 pessoas, quase o dobro de 2020.