A população do Equador vai às urnas neste domingo, 9, para eleger um novo presidente da República. Com cerca de 14 milhões de eleitores aptos a votar, o país tem 16 candidatos ao cargo.
Há dois favoritos destacados ao pleito, no entanto, que são o atual presidente Daniel Noboa, que concorre à reeleição pelo Movimento Ação Democrática Nacional, e a opositora de esquerda Luisa González, do Movimento Revolução Cidadã.
A disputa se resolve ainda neste domingo se um dos concorrentes superar 50% dos votos válidos ou 40% com uma vantagem de ao menos 10 pontos sobre o segundo mais votado. Caso contrário, uma nova votação será realizada em 13 de abril entre os dois líderes.
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Contexto político
Outrora um oásis de paz cercado por regiões de conflito na América do Sul, o Equador está mergulhado em uma disputa territorial sangrenta entre cartéis e máfias internacionais rivais. Grupos disputam o controle das rotas lucrativas do narcotráfico, que ligam os cultivos de drogas de Colômbia e Peru a casas noturnas na Europa, Austrália e nos Estados Unidos, por meio dos portos equatorianos do Pacífico.
A taxa de homicídios do país aumentou de 6 a cada 100 mil habitantes em 2018 para 38 em 2024, o que afugentou turistas estrangeiros e resultou na migração de dezenas de milhares de equatorianos. Diante das ameaças de grupos armados, Noboa determinou a militarização dos portos e o fechamento das fronteiras até segunda-feira, 10.
A crise na segurança fortaleceu as críticas ao governo federal e ampliou as ameaças e a violência política no Equador. A campanha de Luísa González se aproveitou da condição e fortaleceu a presença da opositora redutos no litoral e bairros mais pobres, onde a violência é mais presente e seu mentor político, o ex-presidente exilado Rafael Correa, que governou o país entre 2007 e 2017, tornou-se conhecido. “É urgente que mudemos o país, não com declarações de guerra, que não vão levar a lugar nenhum, e sim construindo a paz”, disse a candidata à Rádio Morena.
Já o incumbente apostou em uma política linha-dura para enfrentar os grupos criminosos e em sua imagem jovial. Durante a campanha, caminhou com a camisa desabotoada, acompanhado de soldados fortemente armados, e vestiu coletes à prova de balas ao liderar operações de segurança.
Na capital Quito, carros de campanha de Noboa percorreram as vias principais tocando músicas cujas letras destacavam a capacidade do candidato de trazer prosperidade e combater a corrupção. Nas partes ricas da cidade, donos de lojas colocaram em suas vitrines fotografias do presidente em tamanho real, que mostram o presidente vestido de forma casual, com os braços cruzados.
A maioria das pesquisas de intenção de voto aponta vantagem do candidato à reeleição sobre a opositora, mas com números que não garantiriam uma definição em turno único.