LONDRES, 15 ABR (ANSA) – O presidente do Equador, Lenín Moreno, acusou o fundador do WikiLeaks, o jornalista australiano Julian Assange, de usar a embaixada equatoriana em Londres como “um centro de espionagem”.   

Em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”, a primeira desde que Assange fora preso, Moreno alegou que o Equador retirou o asilo devido às supostas violações cometidas pelo fundador do WikiLeaks de ingerência em outros países através da prática de espionagem.   

“Não podemos permitir em nossa casa, a casa que abriu suas portas, nos tornarmos um centro de espionagem”, declarou Moreno.   

“Essa atividade viola as condições de asilo”. Moreno, ressaltando que sua decisão de retirar o asilo a Assange “se baseia em leis internacionais”, também negou que tenha tentado uma represália ao jornalista pelo vazamento de informações do governo do Equador e da sua família. “Qualquer tentativa de desestabilização é um ato repreensível para o Equador, porque somos uma nação soberana e respeitamos a política de cada país”, disse o mandatário. “É uma pena que, a partir de um território nosso e com permissão do governo anterior, foram proporcionadas estruturas dentro da embaixada equatoriana em Londres para interferi em assuntos de outros Estados”, acrescentou o presidente. Assange foi preso pelas autoridades britânicas na semana passada, após ficar sete anos asilado na embaixada do Equador em Londres. Agora, ele enfrenta um pedido de extradição por parte dos Estados Unidos. Nesta segunda-feira (15), a mãe do fundador do Wikileaks, Christine Ann Hawkins, lamentou o fato de Assange estar sendo mantido em uma prisão de segurança máxima, a Belmarsh Prison, enquanto aguarda o desfecho do pedido de extradição.   

“Um jornalista que ganhou tantos prêmios presos em uma ‘Guantánamo britânica’ com criminosos famosos, serial killers, traficantes de drogas e terroristas”, escreveu Christine em sua conta no Twitter. (ANSA)