Caso você seja um dos 14 milhões de desempregados do País atualmente, são grandes as chances de que você esteja procurando um emprego. Com redes sociais e agências especializadas em recursos humanos, está cada vez mais difícil conseguir uma boa colocação apenas ao enviar o currículo seguido de uma rápida conversa. Agora, existe uma peregrinação que faz com que o candidato passe por até doze fases antes de ser escolhido ou rejeitado. Será que essa é a melhor maneira de encontrar o funcionário ideal?

Cada candidato fica radiante ao receber um convite para uma seleção. Afinal, seu currículo se destacou e isso sinaliza o interesse de uma empresa. Depois de uma conversa por telefone, há uma segunda entrevista, geralmente por vídeo, que pode dar ainda mais esperança a quem procura a tão sonhada recolocação. Surge então uma quarta entrevista com o supervisor da vaga. Será que chegou a hora de fazerem uma oferta? Mas o que acontece quando o processo se arrasta para uma quinta, sexta ou sétima rodada? Ou pior, quando não há nem mesmo a ideia de quão perto você está da entrevista “final”?

Isso sem contar a bateria de provas e testes de aptidão e personalidade. Aparentemente, como em um jogo bizarro digno de uma série da Netflix, é contratado quem permanece até o final e não quem é a melhor opção para a posição. Há empresas que pedem ainda que seja elaborado um projeto completo, algo que leva tempo e poderia ser considerado um trabalho a ser pago à parte. Quem garante que a empresa, que além de não o contratar, não irá usar a sua ideia?

Claro que grandes empresas, com cargos de responsabilidade, devem investir na pesquisa do melhor candidato, mas será que o futuro “Analista de Atendimento Júnior” precisa passar por tudo isso? As contratantes acabam pagando um preço alto por fecharem com a pessoa errada, perde-se tempo e dinheiro e dependendo do cargo, muita coisa pode estar em jogo. Porém, esse nem sempre é o caso. Já que cargos de confiança, muitas vezes, nascem dentro da empresa ou de uma reputação já consolidada no mercado.

Se não errar na hora da contratação é a regra. Isso significa que a empresa procura reunir o maior número de informações sobre o candidato e até aí tudo bem, considerando um processo razoável e racional. Como saber, porém, se essa não é apenas mais uma moda entre os profissionais de RH?

Depois do famoso “Q.I.” – o quem indica –, os desempregados sem contatos precisam atravessar cada vez mais adversidades. Já decorou as frases que nunca devem ser ditas em uma entrevista de emprego? E as respostas que geralmente ganham o coração dos recrutadores? E a roupa perfeita? Em um mundo complexo e cada vez mais excludente, simplificar é preciso.