10/05/2024 - 7:00
A professora de ioga Mariana Maffeis, filha de Ana Maria Braga, é comumente retratada como uma pessoa reclusa, vivendo longe da fama. No entanto, essa percepção não está correta, segundo a própria primogênita da apresentadora. Em bate-papo com a IstoÉ Gente, Mariana “desmascarou” mitos e, sem medo, falou sobre declarações polêmicas recentes, sua relação com a mãe, o estilo de vida natural e outros temas.
Mariana, de 40 anos, vive em uma chácara em Botucatu, a 230 km de São Paulo, com os filhos Joana, 13, Maria, 9, Varuna, 2, e Hima, de 5 meses, além do marido, o colombiano Badarik González. A professora estuda e pratica o hatha yoga e o sanatan dharma, práticas que, no contexto da ciência, das técnicas e dos processos sociopolíticos modernos, perpassam a orientação espiritual dada à vida e ao desenvolvimento humano.
Em seu Instagram, a professora acumula 202 mil seguidores. Por lá, ela compartilha retalhos de seu cotidiano, conversa com seguidores e registra o crescimento dos filhos. Esse é, inclusive, um dos motivos pelos quais Mariana nega que esteja “longe dos holofotes”.
“Eu vivo uma vida na qual tenho de dar atenção para os meus filhos, porque eu escolhi estar com eles. Isso não é escolher ser reclusa. Não tem outro lugar para eu estar, entende? Se eu estivesse longe do holofote, não teria uma conta no Instagram, não estaria querendo atuar da minha maneira, sem estar institucionalizada no guarda-chuva de uma empresa”, defende.
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‘Agenda satanista’ e a polêmica com vacinas
Em um desabafo recente no Instagram, Mariana disse ter recebido “muitos rótulos dados pelas mais diferentes lentes das mais diferentes pessoas”. A fala pode se relacionar ao fato de que suas redes sociais têm recebido grande engajamento nos últimos tempos, especialmente após a professora declarar, em comentário posteriormente apagado, que considera a obrigatoriedade da vacina da Covid-19 em crianças uma “agenda satanista”. Relembre aqui.
Em vídeos compartilhados posteriormente, a professora de ioga declarou que não é contra vacinas e não pretende levantar nenhuma bandeira política, o que reiterou durante a entrevista.
“Essa palavra [‘agenda satanista’] é muito infeliz, por isso eu apaguei [o comentário]. Não é que tenha vergonha ou arrependimento, mas ela pode parecer muito simplista para quem se depara com isso pela primeira vez. Realmente é um termo infeliz”.
Quando questionada sobre seu posicionamento acerca de vacinas em geral, ela responde que se sente confortável em ter essa conversa com seguidores apenas por mensagem privada. Sobre isso, Mariana explica que se preserva de tais assuntos por “não estar na linha de frente”, além de preferir evitar represálias.
“Eu não sou uma pesquisadora, eu não sou uma biomédica, então, quem sou eu para ficar levantando bandeiras? Eu quero mais é falar de outros assuntos. E claro que tem a represália, todo mundo que tem falado coisas na internet sobre isso [vacinas] tem sofrido. Claro que eu quero me preservar. Tenho quatro filhos aqui e pretendo manter a nossa privacidade médica ativa”, declara.
‘Minha mãe já falou mais sobre parto natural com a Gisele Bündchen do que comigo’
Recentemente, Ana Maria Braga demonstrou preocupação com o estilo de vida da filha, que todos os quatro partos em casa. “A conversa [com Mariana] às vezes fica difícil. Ela tem os argumentos dela [sobre parto natural] e eu os meus, mas não adianta: ela já tem 40 anos, a vida é dela, os filhos são dela, a responsabilidade é dela”, disse a apresentadora, em entrevista ao “Conversa com Bial”.
Sobre isso, Mariana se manifesta: “Minha mãe segue rotulando [o parto natural] como um tabu porque ela talvez esteja desatualizada sobre o tema. Quando a gente não está vivendo aquilo, a gente fica reduzido ao pensamento comum, que ainda é muito manipulado. Existe uma manipulação para a gente ter medo desse momento, para achar que é uma emergência. E ela vem de uma geração e vive uma vida que não permite a ela ter a ótica que eu tenho“.
“Posso dizer que, talvez, minha mãe tenha falado mais sobre parto natural com a Gisele Bündchen, como ela mesma afirma, do que comigo — o que eu considero normal e super aceitável em uma relação de mãe e filha. Mas a resposta disso é que ela presenciou um parto meu do começo ao fim. No parto do Varuna, ela estava presente”, conta Mariana.
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Relação com Ana Maria Braga
Apesar de divergências de opinião inerentes às relações entre mãe e filha, Mariana garante que se dá muito bem com a mãe — e tem muita gratidão a ela.
“Não quero ter razão sobre minha mãe, pelo contrário, sou muito grata a ela. É graças à consciência dela, de alguma maneira, que eu adquiri a minha, entende? Graças à criação dela, graças às oportunidades que ela me deu, e segue me dando na vida, eu posso fazer as coisas que eu considero que têm repercutido muito bem pra minha vida, têm me dado energia. Me sinto jovem, me sinto atuante, consciente das coisas. Eu devo isso a ela”, pontua.
E continua: “Graças à ela, eu posso estar perto dos meus filhos, também. Graças ao que ela construiu para mim, por ela sempre me colocar como partícipe de tudo. Não tem divergência, as divergências são normais de mãe e filha. Eventualmente, a gente precisa de um tempinho uma da outra — é normal de qualquer relação”.
‘Boicote’ da Globo
Ainda sobre sua relação com a mãe, Mariana explica que entende por que pessoas acreditam que ambas vivam afastadas: segundo ela, a Rede Globo é uma empresa “super fechada”.
“A gente podia ir direto lá, [agora] as pessoas não podem mais aparecer, as crianças não podem, tem que ter um monte de autorização. Antes era normal, a gente aparecia, fazíamos sempre declarações no Natal, no Ano Novo, aniversários, e, de repente, ficou uma coisa oculta. Acho que esse ‘ocultismo’ se deve à posição da empresa, do programa dela e, consequentemente, também da rede social dela”, justifica Mariana.
“Mas eu vejo também, talvez, como um pouco de boicote, porque o que eu trago pode parecer um conflito de interesses em relação à uma empresa como a Globo e seus patrocinadores. Eu entendo isso, e a minha relação com a minha mãe está muito acima disso.”
‘Esgotada’
Recentemente, Mariana também usou as redes sociais para desabafar sobre os problemas que vêm enfrentando. Ela demonstrou chateação ao ter de justificar a escolha de um estilo de vida natural e refletiu: “Minhas escolhas me definiram, a defesa delas mais ainda, pois, por ter de defender o que quer que fosse, já se gasta a preciosa energia que me é destinada”.
À reportagem, a professora conta que tais comentários não vieram exclusivamente de internautas, e sim de pessoas de seu convívio.
“As rede sociais criam um véu que faz com que as pessoas revelem muito rapidamente o que está nas suas mentes. Mas eu não me sinto tão esgotada por elas, é mais pela vida no dia a dia, com fatores mais pessoais, encontros e desencontros inerentes a qualquer família e sociedade”, finaliza.