Entregadores a domicílio de alimentos, remédios e outros produtos essenciais em meio à pandemia de coronavírus na Argentina fizeram uma greve nesta sexta-feira (8) para exigir melhores salários e condições de higiene, informou um jornalista da AFP.

Centenas de entregadores, usando máscaras e em bicicletas, das multinacionais Glovo, Rappi e Uber percorreram uma avenida central em Buenos Aires e levaram suas demandas ao Ministério do Trabalho.

“Queremos um aumento de 100% no que cobramos para cada viagem. Nossa renda está congelada desde 2018 e esse percentual é o acumulado da inflação até agora”, disse Maximiliano Martínez, de 49 anos, líder do sindicato.

Uma assembleia nacional de entregadores, todos em condições precárias de trabalho, decidiu que a medida deveria ser estendida a outras grandes cidades do país, disse Martínez.

“Precisamos de equipamentos de segurança contra a doença. Trabalhamos 10 horas por dia. Os lucros das empresas aumentaram exponencialmente”, declarou o porta-voz em frente ao Ministério do Trabalho.

O pagamento para cada viagem varia entre 55 e 80 pesos, o que equivale a 0,78 centavos de dólar e 1,14 dólar, respectivamente.

A entrega a domicílio tornou-se uma tarefa essencial para a subsistência desde que o isolamento obrigatório foi introduzido em 20 de março no país.

O salário mínimo na Argentina é de 16.000 pesos, cerca de 228 dólares, e a cesta básica custa 14.000 pesos, cerca de 200 dólares.

Até o momento, 5.358 casos de COVID-19 foram registrados no país, com 285 mortes e 1.659 recuperados.