Sem tapete vermelho, um teatro repleto de estrelas, ou “Game of Thrones”, os Emmys, que premiam o melhor da televisão, acontecerão neste domingo (20) de uma forma totalmente diferente e terão o desafio de realizar sua primeira cerimônia ao vivo e virtual em tempos de pandemia.

Jimmy Kimmel será o anfitrião da edição 72 desses prêmios, mas a apresentará sozinho em um estúdio de Los Angeles, ainda sob restrições pelo coronavírus, enquanto os vencedores estarão – recebendo as estatuetas? – no conforto de suas casas.

Além da imprevisibilidade desta noite sem precedentes, os indicados foram estimulados a serem criativos em seus discursos e se sentirem à vontade: será que trocarão vestidos e smokings por pijamas?

“Os índices de audiência têm caído nas cerimônias de premiação por anos… Esta será pelo menos uma oportunidade de misturar as coisas e fazer uma cerimônia diferente de qualquer outra já feita”, disse a editora dos prêmios da Indiewire TV, Libby Hill.

“Até mesmo se a noite de domingo terminar sendo um completo desastre, ao menos será um desastre interessante. E realmente pouco mais pode ser exigido em 2020”, completou.

Capturando o espírito de protesto e anarquia deste ano, a minissérie da HBO “Watchmen” lidera a lista de indicações, com 26.

– Última chance –

Com o eterno vencedor “Game of Thrones” finalmente em seu dragão rumo a Westeros, a categoria drama promete ser a mais disputada este ano.

“É um alívio para a HBO que tenham ‘Succession’ no momento adequado”, disse o colunista dos prêmios Deadline Pete Hammond.

A gigante do streaming, Netflix, conseguiu este ano um recorde de 160 indicações, com as quais espera levar seu primeiro Emmy de melhor série de drama. Nesta categoria, compete com a saga da realeza britânica “The Crown”.

A série de Star Wars “The Mandelorian” já levou seus primeiros cinco Emmys nas categorias técnicas esta semana para a nova Disney+.

Na categoria comédia, que no ano passado foi levada pela já concluída “Fleabag”, a competição parece se concentrar entre “The Marvelous Mrs Maisel” e a canadense “Schitt’s Creek”, sobre uma família rica forçada a morar em um motel.

– Política –

Das mais de 100 indicações de atuação deste ano, mais de um terço foi para atores negros, um novo recorde.

A noite também honrará a carreira de Tyler Perry, o magnata negro do entretenimento que impulsionou uma maior diversidade em Hollywood e que, este ano, pagou os gastos funerários das vítimas negras de violência policial, incluindo George Floyd.

O combate ao racismo é esperado para ser destaque na cerimônia, e é provável que muitas estrelas aproveitem a visibilidade para pedir o voto contra Donald Trump nas eleições de novembro.