A entrada da Suécia na Otan “provavelmente” terá que esperar até o início de 2024 e o retorno dos deputados turcos ao Parlamento em 15 de janeiro, que precisam validar a medida, informaram fontes parlamentares à AFP.

Turquia e Hungria são os dois membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte que não ratificaram a adesão da Suécia. Ancara multiplicou as exigências e pretextos para justificar a demora.

Na terça-feira, a Comissão de Relações Exteriores do Parlamento turco aprovou o protocolo de adesão da Suécia à Otan, mas o texto ainda precisa ser votado no plenário.

Se o texto for aprovado pela Câmara, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, poderá promulgar a medida e concluir o processo, encerrando uma saga de 19 meses.

O Parlamento turco está em recesso desde quarta-feira (27) e só retomará as atividades em 15 de janeiro.

Em tese, o partido de Erdogan pode convocar uma sessão especial antes para examinar a questão, mas isto parece improvável.

A Suécia apresentou sua candidatura de adesão à organização pouco depois do início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro, ao mesmo tempo que a vizinha Finlândia, que foi admitida na Otan em abril.

A Turquia acusou a Suécia de abrigar militantes de movimentos curdos que Ancara considera “terroristas”. Estocolmo aceitou adotar uma legislação antiterrorista mais severa, após a pressão turca.

Erdogan encerrou a relutância a respeito da candidatura sueca na reunião de cúpula da Otan celebrada em julho na Lituânia, mas não parou de pressionar os Estados Unidos.

Ancara deseja entrar no programa de compra de caças F-16 americanos para modernizar sua frota aérea. O governo de Joe Biden não é contrário à operação, mas a venda foi bloqueada pelo Congresso dos Estados Unidos por razões políticas, incluindo as tensões recentes com a Grécia, outro país membro da Otan.

Segundo uma fonte diplomática em Ancara, o chanceler turco Hakan Fidan conversou na quarta-feira com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, a pedido do chefe da diplomacia dos Estados Unidos.

A fonte explicou que Fidan insistiu na entrega dos aviões e recordou que Ancara “espera que o governo americano e o Congresso atuem segundo o espírito da aliança e respeitem os compromissos assumidos”.

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