Em meio ao número crescente de casos de Covid-19 em boa parte do mundo, a Global Athlete cobrou o Comitê Olímpico Internacional (COI) por medidas mais protetivas aos atletas a menos de um mês para os Jogos de Inverno. O evento será realizado entre os dias 4 e 20 de fevereiro em Pequim, na China.

No pedido, a entidade que é formada por atletas e os representa alerta para o perigo da nova variante Ômicron e sua potencialidade de infecção. A Global ainda critica o fato da China sediar mais uma vez uma Olimpíada.

“O COI concedeu os Jogos à China, país reconhecido internacionalmente por suas violações de direitos humanos. Isso injustamente torna os atletas peões em uma luta geopolítica. O COI é o culpado por colocar os atletas nessa posição; nenhum atleta pode ser criticado por sua escolha de participar ou não dos Jogos”, critico a entidade.

Entre as reinvindicações da Global está o fornecimento de quartos individuais aos atletas nas acomodações em Pequim. Outra reclamação é, segunda a entidade, a obrigação dos atletas assinarem isenções de responsabilidade de Covid-19 para assumir todos os riscos de sua participação nos Jogos.

O COI é acusado ainda de colocar os interesses dos detentores de transmissão da Olimpíada acima da segurança dos atletas que vão competir em Pequim.

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O processo de testagem de Covid-19 também é criticado pela Global. A entidade afirma que o COI não implementou um controle independente nos testes e que os resultados podem ser manipulados, o que comprometeria a integridade dos dados coletados durante a competição.

O que diz o COI?

Na última semana, Christophe Dubi, diretor-executivo do Comitê Olímpico Internacional, disse que o crescimento de atletas infectados pela Covid as vésperas da Olimpíada o preocupa.

“Minha principal preocupação é o aumento do número de casos entre atletas – disse Dubi à RTS.

“Obviamente, não gostamos de perder alguns atletas semanas antes das Olimpíadas, após eles se prepararem por muitos meses. Queremos organizar um evento incrível com a presença de todos os grandes atletas do mundo – completou.

Apesar do temor, o diretor tratou de garantir a realização dos jogos e ressaltou a confiança no Comitê Organizados da China.

“O governo chinês nos lembrou em várias ocasiões, e novamente na sexta-feira passada, que estamos avançando no combate à Covid-19. Eles estão muito confiantes. Eles montaram uma bolha sanitária extremamente sofisticada que mantém todos os participantes dentro dela. Os atletas praticamente não terão contato com o mundo exterior e farão um teste PCR todos os dias”, relatou Dubi.

Christophe ainda destacou o “sistema de circuito fechado” que está sob implantação em Pequim. Aos presentes na cidade chinesa é permitido somente usar o transporte para se deslocar aos locais permitidos. Além disso, os não vacinados terão de ficar por 21 dias de quarentena.

“A China optou por não viver com a Covid-19, mas erradicá-la. Em Tóquio, depois de duas semanas lá, poderíamos sair da bolha da saúde, o que poderia representar um risco, já que havia uma prevalência bastante alta do vírus no Japão. Em Pequim, ficaremos entre nós na bolha, sem saída, o que é muito melhor do ponto de vista da saúde e segurança dos atletas”, finalizou Christophe Dubi.


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