Entidade que administra Catedral de Florença sobre fraude milionária

FLORENÇA, 11 DEZ (ANSA) – A polícia da Itália prendeu nesta quinta-feira (11) nove pessoas investigadas por uma suposta fraude milionária na organização sem fins lucrativos que administra a Catedral de Santa Maria del Fiore, um dos principais cartões-postais de Florença.   

A Polícia de Estado cumpriu os nove mandados de prisão nas províncias de Brescia, Milão, Bergamo, Lodi, Prato, Rieti e Vicenza, que tiveram como alvos cidadãos italianos, albaneses, chineses e nigerianos.   

Eles são investigados pelos crimes de emissão de notas fiscais frias e lavagem de dinheiro, segundo fontes judiciais.   

A polícia informou que a suposta fraude contra a Opera di Santa Maria del Fiore, que administra a catedral homônima, o Campanário de Giotto e o Batistério de San Giovanni, totalizou 30 milhões de euros (R$ 190 milhões) em seis meses. Mais de 500 mil euros (R$ 3,2 milhões) em dinheiro vivo foram apreendidos com os nove suspeitos.   

Além disso, 21 mandados de busca e apreensão foram executados contra suspeitos e empresas sediadas em Brescia, Milão e Bergamo, implicadas no esquema de emissão de notas fiscais falsas.   

O inquérito nasceu em março passado, após a denúncia sobre uma empresa privada contratada para realizar trabalhos de restauração e conservação e que teria induzido a Opera a realizar pagamentos em uma conta corrente atribuída a um laranja.   

A suposta base do grupo era um apartamento em Milão registrado em nome de uma mulher chinesa, que os investigadores acreditam ser “um verdadeiro centro de armazenamento de dinheiro”. Já o esquema era operado por dois irmãos italianos que, segundo a polícia, forneciam companhias de fechada e conectavam empresários que utilizavam o serviço de emissão de notas frias com chineses residentes em Milão, Vicenza e Prato.   

Estes últimos eram responsáveis por restituir o dinheiro em espécie aos empresários, cobrando uma taxa que variava entre 2% e 7% do valor dos contratos assinados com a Opera. Já os intermediários italianos cobravam uma propina de 2%. (ANSA).