Dezenas de jornalistas compareceram neste sábado (16) ao enterro do cinegrafista da rede catariana Al-Jazeera, falecido na véspera em um ataque israelense no sul da Faixa de Gaza, informou a AFP.

O corpo de Samer Abu Daqqa, sobre o qual foi colocado seu colete à prova de balas com a palavra “imprensa” e seu capacete, foi carregado no meio da multidão em Khan Yunis, antes de ser enterrado num buraco cavado por seus companheiros.

“Trabalhar na imprensa é perigoso”, lamentou a mãe do jornalista, Umm Maher Abu Daqa, que acusou Israel de atacar “jornalistas, especialmente os que trabalham para a Al-Jazeera”.

Abu Daqqa, nascido em 1978, fazia uma reportagem sobre uma escola em Khan Yunis, quando foi atingido por uma ofensiva com drone israelense. Gravemente ferido, permaneceu horas no local do bombardeio, pois “as forças israelenses impediram que ambulâncias” chegassem à área, segundo a rede.

Procurado pela AFP, o Exército israelense disse que nunca “ataca os jornalistas de forma deliberada”, mas que, levando-se em conta “os disparos constantes, estar em uma zona de combates ativa acarreta riscos”.

Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), mais de 60 profissionais de imprensa morreram desde o início da guerra entre Israel e Hamas, deflagrada pelo ataque do movimento islamista palestino em território israelense em 7 de outubro.

O chefe de redação da Al-Jazeera em Gaza, Wael Dahdouh, foi ferido no braço no bombardeio de sexta-feira. Há algumas semanas, sua mulher e dois filhos morreram em um outro ataque israelense.

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