Política e futebol, no Brasil, são tratados como paixão. E não deveria! Ao menos a política. Vejam o estado miserável em que nos encontramos, onde os dois principais postulantes à Presidência, apesar de seus inúmeros crimes contra o patrimônio público e a saúde da população, gozam da preferência da maioria do eleitorado nacional, por conta de um clima idiota e infantil de briga de torcidas.

Se Bolsonaro é rachador para os petistas, Lula é mensaleiro para os bolsonaristas, quando ambos os grupos deveriam rechaçar malfeitos e malfeitores. Porém, ao contrário, disputam quem será melhor – neste caso, pior – no comando do país. Por quê? Ora, porque os tratam como times de futebol, onde o importante é vencer o rival, xingar os torcedores do outro lado e sair por aí zoando os perdedores.

Em Belo Horizonte, política e futebol, leia-se poder e paixão, às vezes se misturam além da conta. Pior. A imprensa pode estar sendo usada como instrumento de discórdia por políticos desesperados. Ou melhor, ‘jornalistas’ têm se deixado usar, afinal, toda generalização é burra. Particularmente, não gosto de criticar colegas, mas gente como Caio Coppolla, que ‘tretou’ comigo recentemente, e o dito-cujo em questão, precisam ser combatidos.

O CASO

Um ultrapassado colunista local, conhecido por dar ‘com exclusividade’ notícias que nunca se concretizaram, ou dizer que é amigo de personalidades que o detestam, profetizou, no início do ano passado, que o atacante Hulk, do Atlético-MG, seria um fracasso, e que o Clube ‘deveria rescindir imediatamente seu contrato’. Como todos sabem, o ídolo alvinegro colecionou todos os prêmios possíveis e impossíveis da temporada.

Porém, o mesmo ‘jornalista’, para não variar, declarou, em vídeo anterior, que era amigo pessoal do atual presidente do Galo, Sergio Coelho, e que lhe indicara o próprio atacante, alvo de sua imbecilidade. Tudo mentira! O dirigente alvinegro o desmentiu publicamente, o que seria motivo de profunda vergonha para qualquer profissional que a possuísse, mas, definitivamente, sentir vergonha não é o caso do garoto-propaganda-negativa-falsa.

Essa semana, mais um lamentável episódio. O ‘irresponsável e mentiroso’ fofoqueiro, conforme o nominou o Clube, publicou uma coluna tão verdadeira quanto uma nota rasgada de três reais. Nela, disse que a família Menin (MRV) estaria interessada na venda do Diamond Mall, shopping center que pertence ao Galo e que poderá ser vendido para quitar parte da dívida estratosférica do Supercampeão de 2022 – algo como 1.3 bilhão de reais.

ENTENDA

Rubens e Rafael Menin são os dois principais mecenas que hoje garantem a existência do Atlético. Sim; existência! Não fossem os empréstimos generosos, a custo zero, sem prazo para pagamento, conforme documentação e declaração públicas dos próprios credores, o atual campeão mineiro, brasileiro e da Copa do Brasil estaria em situação ainda pior que a do rival, CSA-MG (Cruzeiro Sociedade Anônima), outrora Cruzeiro Esporte Clube (CEC).

E mais: a própria família Menin já declarou, também publicamente, que a futura venda de qualquer patrimônio do Atlético – inclusive o Diamond Mall -, se e após aprovada pelo Conselho Deliberativo do Clube, jamais servirá para quitar débitos com eles, mas, sim, para abater a dívida bancária do Galo e diminuir o pagamento anual de juros, hoje, em torno de 50 milhões de reais (o shopping rende cerca de 10 milhões de reais anuais apenas).

A verdade, que dói em quem é ‘água passada’, é que o Atlético jamais foi admirado e respeitado como atualmente. Além de conquistar títulos inéditos e históricos, hoje conta com estrutura altamente profissionalizada e grau de governança corporativa dos mais altos do Brasil, o que garantirá um futuro brilhante para a Instituição, que só não faliu (por culpa de gestões passadas), graças aos beneméritos atuais e o presidente Sergio Coelho.

POLÍTICA E INVEJA

Muitos devem estar se perguntando: por que, afinal, a mentira do tal ‘jornalista’? Bem, só ele e o espelho podem dizer. Mas uma coisa é fato: enquanto a família Menin empresta dinheiro próprio, a juro zero, ao Atlético, a Prefeitura de Belo Horizonte, do prefeito Alexandre Kalil, ex-presidente do Galo e alvo de dois pedidos de CPI, empresta dinheiro público, também a juro zero, aos milionários empresários do transporte coletivo da capital.

Kalil, que ainda é prefeito, mas pretende tentar o governo do estado, está ‘milhares’ de pontos percentuais atrás do atual – e excelente!! – governador Romeu Zema (NOVO) em todas as pesquisas de opinião. Quando presidente do Galo, Alexandre conquistou a Libertadores de 2013 e a Copa do Brasil de 2014, mas arruinou os cofres do Clube e deixou parentes empregados, com salários, segundo auditoria do Atlético, acima do mercado.

Vou repetir, para ficar bem claro e ser justo com o autor da frase: enquanto Menin empresta dinheiro a juro zero ao Atlético, Kalil empresta dinheiro público a juro zero para as empresas de ônibus de BH. ‘Mas, Ricardo, o que uma coisa tem a ver com a outra’? Nada, ué. Porém, como diz um ‘meme’ atual: entendedores entenderão. Sem falar nas eleições de outubro. Tratar política como futebol, dá nisso: o País acaba na segunda divisão.