Entenda síndrome que fez a cantora Fafá de Belém cancelar sua agenda profissional

A cantora revelou estar passando por crises de Burnout, um distúrbio emocional que pode causar exaustão física e mental

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A cantora Fafá de Belém, de 68 anos, revelou ter sido diagnosticada com quadro de burnout, um distúrbio emocional que pode causar exaustão física e mental, o que a fez cancelar sua participação em uma palestra agendada para a tarde de quinta-feira, 27.

Em seu perfil no Instagram, Fafá falou sobre seu estado e aconselhou as pessoas a buscarem ajuda especializada para tratar da saúde mental. “Quero compartilhar com vocês um tema que está cada vez mais presente na vida de todos nós. Dia desses, vi uma entrevista do Alexandre Coimbra Amaral, querido e competentíssimo, em que ele dizia que, nos dias de hoje, a pergunta não é mais: ‘Eu terei um burnout?’ Mas sim: ‘Quando eu terei um burnout?'”, escreveu ela na legenda ao publicar um vídeo abordando o assunto.

“E é isso. Estou passando por isso agora e, como nossa relação por aqui sempre foi de transparência e verdade, decidi falar com vocês sobre isso. Obrigada ao Dr. Roberto Kalil, Vania Assaly, Dra. Márcia Sundin, Dra. Bruna, Luis Altenfelder e toda a equipe do Sírio Libanês”, continuou a artista.

“Estou BEM! Fiquem tranquilos! Decidi falar sobre o tema porque isso pode ajudar outras pessoas. Por favor, cuidem-se, cuidem de sua saúde mental e não hesitem, a qualquer sinal de esgotamento, em procurar ajuda médica. A todos que me abraçam e me enchem de amor nos palcos da vida, saibam que vocês sempre me curam”, finalizou.

Fafá de Belém participaria de uma roda de conversa com o público, promovida por Patrícia Poeta, e falaria sobre etarismo ao lado de Ju Ferraz, com mediação de Cátia Fonseca.

Síndrome de Burnout

Procurado pela reportagem de IstoÉ Gente, o psicólogo Alexander Bez explicou mais sobre a síndrome que afetou a saúde mental da cantora Fafá de Belém.

“A síndrome de Burnout, em primeiro lugar, deve ser entendida como uma psicopatologia. Ou seja, ela vem do cérebro, evidentemente. Mas ela é uma psicopatologia profissional ou ocupacional. Ou seja, ela está relacionada ao trabalho da pessoa, mas, principalmente, o que desencadeia essa síndrome, que é um conjunto de manifestações sintomatológicas, é o desconforto. Existe um desconforto profissional muito grande, e a solução para esse desconforto não é necessariamente a terapia. A terapia serve para diagnosticar, mas a cura da síndrome de Burnout é justamente a mudança de atividade ou a cessação da carga de trabalho que a pessoa se impõe ou que lhe é imposta”, começa o especialista.

“É preciso tomar essa medida para que os sintomas sejam realmente removidos. Uma pausa na carreira é essencial, pois o Burnout é justamente o esgotamento mental extremo. Vale ressaltar que muita gente não sabe disso: a síndrome de Burnout, em nenhum momento, está relacionada ao salário. Não importa se a pessoa ganha R$1 ou R$10.000, o fator salarial não é relevante. O salário é totalmente desconsiderado como causador dos sintomas do Burnout”, destaca.

Acúmulo de tarefas

O que importa é o acúmulo de tarefas, ou a incapacidade da pessoa em administrar suas funções, ou o fato de ela estar fazendo algo que não gosta, ou de se sentir inadequada para a tarefa. Isso é muito comum na síndrome de Burnout, como quando você recebe uma promoção, por exemplo, ou uma mudança de cargo. Existe também esse aspecto, que é bastante presente nos sintomas da síndrome de Burnout.

Pausa na carreira

A pausa na carreira é fundamental para que a pessoa possa fazer uma reavaliação, se reconectar consigo mesma e tentar identificar, com a ajuda da terapia, os motivos que a levaram ao Burnout. Quero destacar que a terapia, por si só, não cura a síndrome de Burnout, pois, nesse caso, é como enxugar gelo: não resolve. O que precisa ser feito é identificar o que, no trabalho, está causando o desconforto, lembrando que se trata de uma doença profissional ou ocupacional, para que isso seja mudado. A partir do momento em que essas alterações são feitas e as causas identificadas e tratadas, os sintomas desaparecem.

A pausa na carreira, independentemente de quem seja, é fundamental para qualquer pessoa. Ela é essencial para que se consiga um equilíbrio profissional e ocupacional melhor. Com isso, os sintomas desaparecem, e, ao desaparecerem, a causa é tratada, proporcionando à pessoa uma melhor qualidade de vida profissional.