Mais um capítulo envolvendo a disputa pela herança bilionária de Gugu Liberato veio à tona. Segundo informações do colunista Erlan Bastos, do Em Off, a família do apresentador teve acesso a uma carta escrita à mão por Rose Miriam di Matteo, na qual ela admite estar ciente da homossexualidade do ex-companheiro. A médica ainda afirma que é capaz de “curá-lo” desse “problema” por meio de “oração e jejum”.

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No texto, Rose revela que sabe da orientação sexual de Gugu e considera isso um “problema”. “Anjo, eu sei que sua preferência sexual é diferente. Mas esse comportamento sexual não vem do seu espírito, isso não é quem você é. E eu posso resolver esse problema. Talvez para você não pareça um problema, mas é sério. E muito sério!”.

“Você pode pensar que não gosta de se relacionar com mulheres desde a adolescência porque você é assim e nunca vai mudar, mas isso não é verdade. Eu posso obter essa mudança definitiva de Deus, através de orações e jejuns. Somente com ORAÇÃO e JEJUM conseguirei isso”.

A médica ainda diz saber até mesmo das aventuras sexuais de Gugu com outros homens: “Eu sei que você se encontra com rapazes, eu sei o que acontece no endereço Alameda Canário, 830. Eu sei sobre o uso de Viagra e bebidas, sei sobre os telefones celulares que não podem ser levados junto com seus donos, entre outras coisas (…) Sei muitas coisas sobre sua homossexualidade, tentei ouvir isso de você, mas foi impossível porque você nega veementemente”.

“E quero te dizer uma coisa: seu comportamento não me traz felicidade, e nunca trará, porque vai contra a natureza de Deus. Se for da vontade de Deus, Ele irá transformá-lo, e você sentirá amor por mim, assim como um homem sente por uma mulher”, completou.

Existe ‘cura Gay’ ?

IstoÉ Gente conversou com o psiquiatra Saulo Vito Ciasca, que explicou se existe ‘Cura gay’, como Rose Miriam diz na carta. Confira!

“Orientação afetivo-sexual pode ser definida como a tendência persistente a sentir ou não atração sexual, fantasia, desejo a se relacionar sexualmente com determinada pessoa. Então, quando se fala de orientação afetivo-sexual, a gente tá falando de uma orientação do desejo que a pessoa começa a perceber na puberdade que está tendo atração por homem ou por mulher. O que a gente sabe em relação ao desenvolvimento da orientação afetiva sexual? Tem fator biológico, psicológico e sociocultural”, começa o profissional.

“Para a influência biológica, a gente já sabe de fatores genéticos, hormonais, cerebrais, até imunológicos, que vão agir em conjunto na influência biológica da orientação afetivo-sexual. Existe vários estudos e evidências com fatores genéticos em que a pessoa já nasce dessa forma. E aí não faz sentido você curar alguém que é assim. O que a gente cura é a homofobia. O que a gente cura é a não aceitação da diversidade por conta da sociedade”.

Não existe cura

“O Royal College of Psychiatrists, que é uma super organização de psiquiatras britânicos, baseando-se em evidências apresentadas, afirmou que apesar de quase um século de especulação psicanalítica, psicológica, não existe nenhuma evidência substantiva para apoiar a sugestão de que a natureza da criação dos filhos, ou que as primeiras experiências da infância, desempenham qualquer papel na formação da orientação fundamental de uma pessoa hétero ou homossexual. E diz que a orientação sexual é de natureza biológica, determinada por uma complexa interação de fatores genéticos e do ambiente uterino precoce, e portanto, ela não é uma escolha, não é uma doença e não precisa de tratamento de cura”.

“Desde 1992, a CIDI, o Código Internacional de Doenças, retirou a homossexualidade do rol de transtornos mentais. Não é entendido como doença, não é entendido como transtorno mental, e para o que não é transtorno ou doença, não existe cura. Já foi tentado historicamente terapias de reversão com a tentativa de conversão, de tirar a pessoa desse estado, nenhuma funcionou, não existe nenhuma terapia que mostrou alguma evidência positiva no seu ato. Hoje é considerado qualquer tentativa de cura gay, uma violência para com essa pessoa”, finaliza o psiquiatra Saulo Vito Ciasca.