A CazéTV voltou a ser alvo de boicote de bolsonaristas após Marcelo Adnet fazer piada sobre a operação da Polícia Federal na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocorreu na última sexta-feira, 18, em Brasília.
No último sábado, em uma transmissão ao vivo do quadro “Copazona”, na programação da CazéTV, o humorista disse que os estúdios do programa tinham sido “invadidos” por policiais federais, e aproveitou para ironizar os rumores sobre o canal ser ligado à Rede Globo.
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“Tivemos uma batida aqui. A Polícia Federal entrou e encontrou no banheiro do Cazé um pen drive que será aberto aqui ao vivo e que revelará quem é a verdadeira dona da Cazé TV. Dica: começa com ‘plim’ e acaba com ‘plim’”, brincou ele, citando também o uso da tornozeleira eletrônica.
“Quem está aqui é nossa repórter reborn, que está impedida de se manifestar porque está com a tornozeleirinha. Acabou fazendo besteirinha. Vou até tirar o microfone dela”, completou o humorista.
“Ela não deveria nem estar aqui neste horário. Já deveria estar em casa”, comentou outro participante do programa, se referindo à restrição ao ex-presidente de estar em casa a partir das 19h.
Boicote nas redes sociais
A piada de Marcelo Adnet gerou reação nas redes sociais e militantes de direita voltaram a se mobilizar por um boicote à CazéTV, alegando que o programa está em busca de “lacração”. Muitos afirmaram já terem cancelado a inscrição do canal, enquanto os internautas contrários ao ex-presidente debocharam do boicote, apontando que o número de inscritos segue inalterado.
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro fazem campanha nas redes contra a CazéTV. pic.twitter.com/vAbMIZWgTy
— Futebol Breaking (@FutebolBreaking) July 20, 2025
esses caras são uma piada, desde ontem tão dizendo que vão boicotar e cancelar a inscrição da CazéTv e o número de inscritos continua o mesmo kkkkkkk https://t.co/RoMimGJaYs pic.twitter.com/Jc5s1FWKNu
— Michel (@vieiramichel_) July 21, 2025
Copa do Mundo 2026
A CazéTV garantiu a transmissão de todas as partidas da Copa do Mundo de 2026, em acordo firmado com a Fifa no último dia 13, e é, até agora, o único canal que possui totalmente os direitos de transmitir a disputa, que terá 48 seleções e acontece nos três países da América do Norte: Estados Unidos, México e Canadá.
A notícia de que o streaming da agência Livemode pode ser o único canal por onde todas as partidas serão assistidas desagradou os apoiadores do ex-presidente da república Jair Bolsonaro que são apaixonados por futebol, já que a CazéTV é alvo de boicote dos bolsonaristas.
A medida tomada pelos admiradores do ex-chefe do executivo não é de hoje. O streamer, apresentador e comentarista esportivo Casimiro Miguel, que comanda o canal, é assumidamente contra o ex-presidente e declarou seu voto a Lula, atual chefe de executivo, no segundo turno da última eleição presidencial, em 2022.
“Se Bolsonaro tá de um lado, eu tô do outro”, disparou ele na ocasião.
O Grupo Globo também vai transmitir partidas da disputa, mas adquiriu somente metade do campeonato (52 de 104 jogos). Por enquanto, os jogos serão exibidos com exclusividade na plataforma de streaming da agência Livemode, que detém os direitos de transmissão e publicidade.
Mas nada está definido ainda, já que há possibilidade de outras empresas entrarem na disputa por pacotes nos próximos meses.
Reforço no time
O humorista Marcelo Adnet, outra persona non grata dos bolsonaristas, chegou para reforçar o time da CazéTV em março deste ano, para comandar um programa de esporte com humor. O ator, que deixou a Globo em 2023 após 10 anos de casa, fez a alegria do internauta nas redes sociais com postagem em vídeo satirizando Jair Bolsonaro, mesmo quando ele ocupava a cadeira de presidente.
Boicote durante olimpíadas
O movimento de boicote ao canal de Casemiro ganhou força no período dos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Na ocasião, surgiu uma série de polêmicas em torno de comentários feitos por integrantes da CazéTV durante a cobertura.
As principais razões que levaram a esse boicote incluem críticas de bolsonaristas e os ditos conservadores a comentários que são considerados como alinhados a pautas identitárias, comumente defendidas por posição política de esquerda.
O streaming foi acusado de estar “militando” durante as competições, em vez de apenas transmitindo os eventos esportivos.
Pode-se citar como exemplo o comentário feito sobre uma atleta que veio de um assentamento do MST, que foi chamada de “invasora do bem”. A fala gerou reação da direita, que acusou de “passar pano” para movimentos sociais, mas despertou também críticas da própria esquerda, que lamentou o termo “invasora”.
Mas gente,foi só por isso? Tão sensíveis demais os bolsominions kkkkkkk
— Tatinha (@mendoncatanaj) July 21, 2025