Câmeras de segurança registraram o momento em que a BMW onde estavam os jovens Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, Karla Aparecida dos Santos, 19, Tiago de Lima Ribeiro, 21, e Nicolas Kovaleski, 16, estacionou na rodoviária de Balneário Camboriú (SC) antes de eles serem encontrados mortos, na manhã de segunda-feira, 1°.

Resumo:

  • Quatro jovens passaram mal dentro da BMW;
  • Eles foram buscar uma quinta pessoa na rodoviária de Balneário Camboriú e decidiram ficar mais alguns instantes;
  • Depois, foram encontrados mortos. Há suspeita de que tenham sido intoxicados por monóxido de carbono.

Quatro pessoas morrem no interior de BMW em Balneário Camboriú

O que se sabe sobre a morte de quatro jovens dentro de BMW em Balneário Camboriú

Na gravação, divulgada no X (antigo Twitter), é possível ver um dos jovens andando pela entrada da rodoviária cambaleando. Depois, os outros ocupantes também desembarcaram do veículo, mas retornaram em poucos instantes.

Outra imagem, registrada quatro horas mais tarde, mostra a ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) no local e os profissionais tentando reanimar os jovens, mas não obtiveram sucesso.

O que é o monóxido de carbono?

Segundo a Polícia Civil, há suspeita de que o grupo tenha morrido por intoxicação de monóxido de carbono devido um rompimento no cano de escape do carro. A BMW/320I M Sport, de 2022, foi modificada para aumentar o barulho do ronco do motor com o objetivo de ficar “mais esportivo”.

O monóxido de carbono é um gás produzido a partir da queima de combustíveis derivados de petróleo em veículos, carvão ou madeira com pouco oxigênio, sua fórmula é conhecida como CO. Em entrevista à ISTOÉ, o químico Henrique Eisi Toma, que é professor titular na USP (Universidade de São Paulo), explicou que o gás é importante para a indústria e, no primeiro momento, não é nocivo para saúde.

“O problema começa quando o monóxido de carbono é inalado por muito tempo, porque ele se liga à hemoglobina, que é composta por ferro, presente nos glóbulos vermelhos e responsável por transportar o oxigênio pelo sistema circulatório”, completou.

Com essa perda do oxigênio pelo sistema circulatório, a pessoa começa a sentir falta de ar, dor de cabeça, náuseas, sonolência, confusão e pode até ficar inconsciente.

“A solução rápida é a pessoa sair do local onde tem bastante monóxido de carbono e respirar, pois ele sai do nosso organismo com certa facilidade”, disse o professor. Porém, caso isso não seja feito, a pessoa morre de maneira lenta, pois “o primeiro órgão a ser afetado é o cérebro, que depois de cerca de quatro minutos sem oxigênio sofre danos irreversíveis”.

Relembre o caso:

O grupo foi declarado morto depois de ser encontrado desacordados no Terminal Rodoviário de Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Os jovens eram residentes de Paracatu, no interior de Minas Gerais. Eles haviam passado o Réveillon no litoral catarinense e estavam retornando para São José, onde estavam hospedados.

No dia em que ocorreu as mortes, os jovens foram para a rodoviária para buscar uma quinta pessoa, que havia chegado de Minas. Durante o trajeto, eles começaram a passar mal e decidiram aguardar um pouco.