Não se fala em outra coisa, a não ser sobre a cantora Lady Gaga, de 39 anos, que desembarcou no Brasil e deve fazer o maior show de sua carreira na noite deste sábado, 3, nas areias da Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.
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A “Mother Monster”, como é carinhosamente chamada pelos fãs, esteve no Brasil apenas uma vez, em 2012, com a turnê Born This Way Ball. Em 2017, Gaga retornaria para se apresentar no Rock in Rio, mas cancelou sua participação de última hora, deixando os fãs frustrados. Fortes dores decorrentes da fibromialgia a impediram de se apresentar no evento, decepcionando milhares de admiradores que viajaram de diversos cantos do Brasil e do mundo para vê-la.
“Brasil, estou devastada porque não estou bem o suficiente para ir ao Rock in Rio. Eu faria qualquer coisa por vocês, mas eu tenho que cuidar do meu corpo agora. Peço pela bondade e compreensão de vocês, e prometo que vou voltar e cantar para vocês em breve. Me desculpem e eu amo muito vocês”, escreveu a artista na época.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, uma característica marcante em pacientes com fibromialgia é a hipersensibilidade ao toque e à pressão na musculatura, seja durante o exame médico ou em interações cotidianas. A síndrome afeta predominantemente mulheres, com uma proporção de sete a nove mulheres para cada homem diagnosticado. As razões para essa disparidade de gênero ainda são objeto de estudo.
Procurada pela reportagem de IstoÉ Gente, Clarissa de Queiroz Pimentel, doutora em ciências pela USP e reumatologista do Instituto Neuroferraz, explica a doença que já fez Lady Gaga cancelar sua vinda ao Brasil. Entenda!
O que é fibromialgia?
A Síndrome da Fibromialgia (FM) é uma doença crônica que afeta principalmente mulheres na faixa etária dos 30 aos 55 anos. Ela é caracterizada por uma dor crônica difusa, sendo dor crônica definida como aquela que persiste por mais de três meses. Além disso, costuma vir acompanhada de outros sinais e sintomas, tais como fadiga — muito prevalente nessa população —, distúrbios do sono, como insônia ou sono não reparador (em que, muitas vezes, a paciente dorme uma quantidade adequada de horas, mas acorda cansada e indisposta para iniciar suas atividades diárias), alterações de humor, como ansiedade e depressão, e alterações cognitivas, como a sensação de névoa mental, distúrbios de memória e de concentração. Trata-se de uma doença que traz grande impacto na qualidade de vida das pacientes, tanto pela dor quanto pelos sintomas satélites que acompanham o quadro doloroso.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico; não são os exames laboratoriais nem os de imagem que confirmam a doença. Portanto, o paciente com suspeita de fibromialgia precisa ser avaliado por um médico reumatologista, especialista no tratamento da fibromialgia. Através da história clínica e do exame físico, será possível caracterizar bem esse quadro doloroso. Muitas vezes, exames laboratoriais e de imagem são solicitados com o objetivo de excluir diagnósticos diferenciais, mas é importante ressaltar que o diagnóstico da fibromialgia é clínico. A partir disso, será proposta uma terapêutica, e o tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar.
Tratamento
O pilar central do tratamento da fibromialgia é o exercício físico regular. É o que apresenta maior evidência de eficácia para o controle não apenas da dor, mas também da fadiga, dos transtornos de humor e do sono. O exercício físico atua em todos os aspectos da doença.
Outra medida não farmacológica que integra o tratamento da fibromialgia é a psicoterapia. Já há muitas evidências dos benefícios, principalmente da terapia cognitivo-comportamental, sendo uma das estratégias recomendadas. Além disso, também podem ser utilizadas a fisioterapia, acupuntura e hidroterapia, sempre individualizando conforme a realidade e os acometimentos de cada paciente.
O tratamento medicamentoso é importante, principalmente nas fases iniciais, quando o paciente apresenta dor intensa, transtornos significativos do sono ou quadros graves de humor, como depressão. Nesses casos, é necessário lançar mão de medicamentos. Contudo, é fundamental deixar claro para os pacientes que o tratamento medicamentoso, isoladamente, não é eficaz para um bom controle da dor, da fadiga e dos demais sintomas.
Em relação ao tratamento medicamentoso, vários aspectos devem ser considerados para definir a melhor medicação para cada paciente. Avalia-se quais sintomas estão mais exacerbados — dor, distúrbio do sono, ansiedade ou depressão —, além das comorbidades, contraindicações, e medicamentos que o paciente já utiliza. Com base nesse cenário, define-se a melhor estratégia medicamentosa, que pode incluir relaxantes musculares, bloqueadores hidrocônicos ou antidepressivos, sempre de forma individualizada. No entanto, é importante reforçar que, sem os outros pilares, o tratamento medicamentoso, por si só, não surtirá o efeito desejado nem atenderá adequadamente às necessidades do paciente.
Show no Brasil
Lady Gaga fará uma apresentação gratuita em Copacabana, no Rio de Janeiro. Espera-se que o espetáculo atraia 1,6 milhão de pessoas no local. O show da cantora está programado para começar às 21h45 e terminar à 0h15. As atrações de abertura serão DJs, ao contrário do que se especulava nas redes sociais. Nomes como Ludmilla, Anitta, Pabllo Vittar e Liniker foram ventilados.
Ainda não foram divulgados detalhes sobre o cachê que ela receberá pela apresentação.