Recentemente, a chef Isa Scherer usou o Instagram para desabafar sobre seu diagnóstico de distúrbios da tireoide. A vencedora do “Mastechef Brasil” explicou que, por um período, sofreu com hipertiroidismo e “passava muito mal, ficava muito agitada”. No entanto, pouco tempo depois ela passou a ter hipotireoidismo: “Minha tireoide ‘morreu’ um pedaço, meus hormônios caíram muito, eu comecei a me sentir, triste, pra baixo, cansada […] Aí virou hipo”, contou.

No entanto, Isa explicou que vive normalmente com a condição. “Eu tomo o remédio todos os dias em jejum e espero 20 minutos para comer. E levo a vida normal, não sinto nada de diferente”.

E ressaltou a importância do acompanhamento médico, especialmente no ajuste da medicação: “Eu demorei para achar [a dosagem correta], até que quando eu ajustei mesmo, parei de sentir qualquer sintoma e agora levo a vida 100% normal. O meu primeiro sintoma foi tristeza e cansaço. Demorei um tempo para associar. Medicada, é vida normal. Eu sou muito regrada, não esqueço de tomar nenhum dia e sempre espero o tempo certo para comer”.

Distúrbios da tireoide

A tireoide tem a função de produzir dois dos hormônios mais importantes para o bom funcionamento dos músculos, órgãos, metabolismo e no equilíbrio do corpo: T3, triiodotironina, e T4, tiroxina.

Segundo o Dr. Arthur Vicentini, cirurgião de cabeça e pescoço do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a tireoide pode deixar de funcionar adequadamente ao longo da vida, geralmente por conta de alterações autoimunes.

Quando ela trabalha de forma insuficiente, ocorre o hipotireoidismo; já quando os hormônios são produzidos em excesso, ocorre o hipertireoidismo. As duas condições podem estar relacionadas às chamadas doenças autoimunes (quando o sistema imunológico ataca as células saudáveis do organismo), causando desequilíbrio no organismo como um todo.

Hipotireoidismo x Hipertireoidismo

De acordo com o cirurgião, o hipotiroidismo é condição mais comum e uma das suas principais causas é a doença de Hashimoto, em que os próprios anticorpos atacam a tireoide. Segundo Dr. Arthur, os sintomas do hipotireoidismo incluem:

  • Cansaço;
  • Sonolência;
  • Funcionamento lento do intestino;
  • Batimentos cardíacos reduzidos;
  • Sensibilidade ao frio.

Já o hipertireoidismo é caracterizado por sintomas como:

  • Aceleração do coração;
  • Tremores;
  • Sensação de calor;
  • Pele avermelhada;
  • Em casos específicos, como a Doença de Graves (doença autoimune que ataca a tireoide), os pacientes podem apresentar olhos proeminentes, ou seja, quando parecem “saltados” para fora.

Dados do Departamento de Tireoide da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) mostram que a predominância de casos de hipotireoidismo em mulheres é de 10% e pode chegar a 15% na fase da menopausa, quando há perda da proteção dos hormônios femininos. Em homens é menos frequente e sua prevalência é em torno de 3%. No Brasil, a incidência anual do hipotireoidismo em mulheres é de 4/1000 e, nos homens, de 0,6/1000.

Já o hipertireoidismo tem distribuição mais homogênea entre indivíduos, dependendo da causa. De acordo com publicação de 2023 da “Brazilian Journal of Health Review”, a Doença de Graves, responsável por até 80% dos casos de hipertireoidismo, apresenta índices 5 a 10 vezes maior em mulheres do que em homens, sendo mais frequente entre os 20 e 40 anos.