O atacante e ídolo do Palmeiras, Eduardo Pereira Rodrigues, conhecido como “Dudu”, de 32 anos, sofreu um prejuízo estimado em R$ 18 milhões após um ex-assessor ter desviado dinheiro de uma das contas do atleta nos últimos anos. O jogador só descobriu sobre as transferências efetuadas por Thiago Donda, também padrinho de casamento do futebolista, em agosto de 2023, e uma investigação foi aberta no 15º DP de São Paulo (Perdizes) já no mês de novembro.

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Thiago Donda e Dudu se conheciam desde 2012. O ex-assessor havia se tornado um “braço direito” do jogador e convivia com os familiares e amigos do atleta, chegando a se tornar padrinho de casamento do futebolista. Em 2017, o atacante solicitou ao seu empresário que parte do percentual de remuneração do contrato com o Palmeiras fosse destinado ao amigo.

A surpresa veio em agosto de 2023, quando o jogador descobriu que sem o seu aval, a própria empresa, a Dudu Sete Agenciamento de Imagens Esportivas, não recolhia impostos desde 2018, além de que haviam pendências quanto ao pagamento do tributo e existiam execuções ajuizadas de 2022. O contador da empresa alegou ao atacante que não havia informado sobre a situação da companhia a mando de Thiago Donda e indicou uma agência de advocacia.

Golpe do padrinho de casamento

A conta da empresa havia sido aberta para receber os direitos de imagem do jogador, que de acordo com a lei, pode corresponder a até 40% do salário de um futebolista, e lá, deveriam estar valores destinados ao pagamento de impostos referentes à companhia, com o restante líquido sendo depositado na conta pessoal de Dudu. Por utilizar quantias alocadas em outros bancos, o atacante demorou para notar a perda do dinheiro.

A suspeita é de que o dinheiro era desviado pelo ex-assessor desde 2015, quando o atleta foi para o Palmeiras, clube em que se tornou ídolo e permanece até hoje. Thiago Donda teria usado assinaturas falsas do jogador para transferir quantias da conta mensalmente com a ajuda de um gerente da agência Bradesco, demitido em 2022, além de um funcionário do 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo.

Apesar de possível envolvimento, o contador de Dudu não está sendo investigado. A defesa de Dudu, que de acordo com a assessoria de imprensa do atleta é composta por Adriana Cury e Cid Vieira, afirma que o profissional poderia ter impedido as transferências realizadas por Thiago Donda. “Os advogados já tomaram as medidas cabíveis junto às autoridades e confiam no trabalho da Justiça”, afirmou a empresa de comunicação que agencia o futebolista.

Prejuízo de R$ 18 milhões

Ao todo, foram observados pelos advogados de Dudu transferências e pagamentos para a conta de terceiros com uso de fichas internas com assinaturas falsas, compensações de cheques com o mesmo problema, operações de empréstimo mediante a oferta de produtos, venda de títulos de capitalização sem aval do jogador, transferências com autorizações preenchidas pelo gerente do banco, débitos em contas de produtos ofertados pelo banco sem conhecimento das vítimas e utilização de Pix e TED indevidos.

Uma perícia contratada pelo atacante determinou que as assinaturas eram falsas e uma empresa de auditoria constatou um prejuízo estimado em R$ 18 milhões devido às operações financeiras. Além das transferências, foram registradas cédulas de crédito bancário, quantias relativas à compra de veículos e impostos atrasados. Acredita-se que Thiago Donda tenha aberto uma empresa com os valores desviados.

As autoridades investigam crimes de estelionato, abuso de confiança, falsificação de documentos, falsidade ideológica, associação criminosa, operação casada, venda de títulos de capitalização e apropriação indébita. De acordo com o Globo Esporte, Dudu trocou mensagens com Thiago Donda, que respondeu: “Segura isso, por favor. Estou pedindo como irmão, de coração mesmo. ME DESCULPA. Se falar qualquer coisa com alguém aí acabou para mim. Não consigo fazer nada e nem pagar.”

*Com informações do Estadão e do Lance