O apresentador Gominho, de 36 anos, surpreendeu ao emagrecer 50 quilos após lidar com episódios de compulsão alimentar, transtorno caracterizado pela vontade de comer em grandes quantidades e pela sensação de estar “completamente descompensado”. O quadro fez com que o melhor amigo de Preta Gil, que está ao lado da cantora desde que ela descobriu um câncer no intestino, em 2023, mudasse totalmente seu estilo de vida e a maneira de consumir alimentos.
Além de mudar a alimentação, Gominho também faz uso do medicamento Mounjaro, uma caneta que viralizou nas redes sociais por ser utilizada no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2.
Gominho antes e depois do emagrecimento
Em janeiro deste ano, a modelo Yasmin Brunet, 36, revelou que ter ficado confinada no BBB 24 afetou sua compulsão alimentar.
“Eu estou completamente descompensada na alimentação, estou muito ansiosa. E eu já tive questões alimentares, então estou depositando absolutamente tudo na comida. Eu pensei que poderia ser assim, mas achei que não seria tão intenso como está sendo. A questão da comida, eu digo. Você se sente cheio e vazio ao mesmo tempo, e parece que o único momento em que eu não penso e não fico ansiosa é quando estou comendo”, disse a loira no confessionário.
Na época, a reportagem da IstoÉ Gente conversou com Saulo Vito Ciasca, médico psiquiatra, psicoterapeuta e professor, que explicou o diagnóstico de compulsão alimentar. Entenda!
“O transtorno de compulsão alimentar se caracteriza por episódios de ingestão de grande quantidade de comida em um curto período de tempo, com uma sensação importante de falta de controle. A pessoa come mais rapidamente do que o normal, sente-se desconfortavelmente cheia, pode comer sozinha por vergonha da quantidade ingerida e, após o episódio, há uma sensação de remorso, culpa e tristeza. Na compulsão alimentar, diferentemente da bulimia nervosa, não ocorrem atos chamados de ‘purgativos’, como induzir vômitos, tomar laxantes ou praticar atividade física intensa após a alimentação para tentar reduzir a absorção do alimento ingerido”, explica o profissional.
Como diagnosticar?
A pessoa precisa apresentar vários desses episódios, geralmente por vários meses, para receber o diagnóstico de transtorno de compulsão alimentar. É importante caracterizar bem o episódio, pois há pessoas que podem estar se alimentando normalmente, mas dizem que tiveram um ato compulsivo por terem ingerido um doce ou repetido o prato. Estamos falando aqui de uma perda de controle intensa, em que a pessoa pode até não perceber o que está comendo nem quanto, e só depois “voltar a si”, tomando consciência da quantidade ingerida.
Algumas pessoas apresentam episódios de compulsão alimentar após um período de restrição. Por exemplo, acordam de manhã e pensam: “hoje vou emagrecer”. Ficam o dia todo sem comer e, à noite, a compulsão é ativada, com grande perda de controle e remorso em seguida. No dia seguinte, tentam novamente, criando um ciclo muito prejudicial.
Tratamento
Sendo um transtorno compulsivo, é fundamental o tratamento psicológico e psiquiátrico associados, com psicoterapia cognitivo-comportamental e uso de medicamentos que atuam na compulsão. O trabalho multiprofissional, com psiquiatra e psicólogo, é essencial para essas pessoas. Reduzir a culpa associada à alimentação, desconstruir padrões corporais impostos pela cultura, trabalhar a autoestima e desenvolver maior consciência dos estados de fome e saciedade ajudam muito no processo.