Entenda condição de saúde que Angélica descobriu aos 43 anos

Apresentadora relatou recentemente ter menopausa precoce

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Apresentadora Angélica, de 43 anos Foto: Reprodução/Instagram

A vida é feita de ciclos. Para mulheres, uma dessas fases é chamada de menopausa. Esse período marca o fim da vida reprodutiva feminina e dá início a um período de novas experiências e descobertas. Para algumas, ela acontece mais cedo, antes dos 40 anos.

Recentemente, em entrevista à coluna de Patrícia Kogut, do jornal O Globo, a apresentadora Angélica, de 43 anos, relatou sofrer de menopausa precoce.

“Descobri que as pessoas não falam muito sobre esse período da mulher e, quando falam, acham que é o fim. E não é. Eu acho importante a mulher saber que a vida pode ser maravilhosa depois da menopausa. A gente não tem que sofrer com isso”, afirmou.

Especialista no caso, a Dra. Isabel Martinez comenta sobre essa condição: “A menopausa não é só sobre hormônios — é sobre identidade, cérebro, carreira, relacionamentos e futuro. E quando ela chega mais cedo, antes dos 40 anos, o impacto é profundo e muitas vezes silencioso. Eu vivi isso. E milhares de outras mulheres vivem também — sem diagnóstico, sem acolhimento, sem voz”.

Na sequência, conta que, aos 38 anos, no auge da carreira médica, começou a esquecer o nome dos medicamentos que prescrevia diariamente, insônia, cansaço, lapsos de memória e queda de cabelo. “A resposta que recebia? ‘Você está cansada’, ‘é estresse’. Mas não era. Era meu cérebro me sinalizando um colapso biológico: eu estava em menopausa precoce”.

Segundo a médica, esses sintomas são a ponta de um iceberg que a ciência começa apenas a explorar. “Estudos recentes demonstram que o declínio precoce dos níveis de estrogênio compromete o funcionamento do córtex pré-frontal e do hipocampo — áreas críticas para memória e tomada de decisão. A neurocientista Lisa Mosconi aponta que essa transição é também neurológica, afetando o cérebro feminino em níveis profundos”.

Angélica também falou sobre esses primeiros sinais em entrevista recente: “Achei que estava grávida. Fazia testes de farmácia. Não queria acreditar. Tinha vergonha. Tinha 40 e poucos anos e achava que isso só acontecia mais tarde”. Além disso, também relatou que os primeiros sintomas, como ondas de calor, insônia e irregularidades menstruais, surgiram de forma inesperada.

“A sinceridade de seu relato escancara a realidade de muitas mulheres que, assim como ela, enfrentam os sintomas em silêncio — muitas vezes desinformadas, mal diagnosticadas e sem espaço para partilhar o que sentem. Muitas artistas, falam da importância de se quebrar este tabu , e falarmos mais sobre a menopausa”, afirma a médica.

Sintomas que confundem e riscos que avançam

Além dos fogachos e da irregularidade menstrual até cessar, a menopausa precoce pode se apresentar de forma silenciosa e confusa: dores articulares, perda de massa muscular, lapsos de memória, irritabilidade, ansiedade, infecções urinárias de repetição e alterações de desempenho cognitivo, de acordo com Dra. Isabel Martinez.

O ressecamento vaginal e a falta de libido não afetam apenas a saúde íntima — têm repercussões emocionais importantes e podem impactar negativamente relacionamentos afetivos e sexuais, muitas vezes sem que o parceiro entenda o que está acontecendo”

“Esses sintomas são frequentemente confundidos com “estresse” ou “idade”, quando, na verdade, são sinais de um corpo que precisa de atenção. Mais grave ainda é acreditar que, por não sentir sintomas intensos, não há consequências”, diz.

“A queda de cabelo durante a menopausa, a redução dos hormônios estrogênio e progesterona afetam o ciclo capilar”, completa.

Referências Bibliográficas

Dra. Isabel Martinez - CRM-SP:115398

Médica, professora e pesquisadora com mais de 20 anos de trajetória. É CEO e idealizadora do CLIMEX, um conceito inovador que ressignifica o climatério e a menopausa com base em ciência, autonomia e longevidade.