Com a proximidade da disputa pela Prefeitura de São Paulo, durante as eleições municipais em outubro deste ano, os pré-candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenções de votos intensificaram as conversas sobre a escolha de seus vices.

O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, que aparece em primeiro lugar nas consultas com o eleitorado paulistano, terá a ex-petista Marta Suplicy (sem partido) como sua vice.

A ex-prefeita de São Paulo teria aceitado o convite para entrar na disputa ao lado do psolista após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 8 de janeiro, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).

Tanto que, no dia seguinte à reunião, Marta comunicou a sua demissão do cargo de secretária de Relações Internacionais da gestão de Ricardo Nunes (MDB). Nesta sexta-feira, 2, ocorrerá um evento para formalizar a filiação dela ao PT.

Já o atual prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes, pode ter como vice o coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo, bolsonarista que foi presidente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) e ex-comandante da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).

O nome do coronel ganhou força após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter indicado durante uma transmissão ao vivo no domingo, 28, que deve apoiar o atual prefeito de São Paulo. “Vamos entrar com bom vice, que tenha boa rota”, acrescentou.

Essa postura do ex-presidente indica que resolveu seguir as orientações de aliados como o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o advogado Fabio Wajngarten, que apoiam Ricardo Nunes.

Por outro lado, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), que aparece em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de votos, pode ter como vice o apresentador José Luiz Datena (PSB). Ele já ensaiou em outras quatro oportunidades disputar uma eleição (em 2016 e 2020 à Prefeitura de SP, e em 2018 e 2022 ao Senado), mas acabou desistindo no meio do processo. Mesmo assim, há crença dentro do partido de que Datena dê continuidade desta vez.

Para Tabata Amaral, Datena consegue transitar bem entre direita e esquerda e servirá de ponte entre a elite paulistana e a periferia. Além disso, o apresentador é considerado um ativo importante no tema da segurança pública, pauta extremamente presente nos mais de 20 anos da sua carreira no jornalismo policial.

Candidatura de Padre Kelmon e indefinição de vice de Kim Kataguiri

Outro personagem que apareceu na disputa para a Prefeitura de São Paulo é o Padre Kelmon (PRD), que confirmou a sua pré-candidatura na terça-feira, 30. Além disso, o religioso ressaltou que o Pastor Manoel Lopes Ferreira Junior (PRD) pode ocupar o cargo de vice.

Padre Kelmon disse que vive em São Paulo há 22 anos, e que a chapa com o pastor é a “união dos cristãos em defesa dos valores e princípios” e irão combater “ideologias de viés comunistas”.

O religioso ficou conhecido quando concorreu à Presidência da República em 2022 pelo mesmo partido. Durante o debate entre os então candidatos na TV Globo, Kelmon bateu boca com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi repreendido pelo jornalista William Bonner.

No decorrer da campanha eleitoral de 2022, Padre Kelmon afirmava ser membro da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil, mas, em dezembro do mesmo ano, foi desligado pela instituição e proibido de ministrar missas.

Até o momento, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) ainda não definiu um vice. O parlamentar, que lançou a pré-candidatura no ano passado sem o aval integral do partido, ainda luta para se manter na corrida eleitoral na maior cidade do País. A escolha para o seu nome enfraqueceu após o vereador Milton Leite, que controla o diretório municipal da legenda, apoiar a tentativa de reeleição de Ricardo Nunes.