O dia seguinte às eleições municipais de 2024 foi de lavagem de roupa suja no Partido dos Trabalhadores (PT) entre a presidente da executiva nacional, Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP).

Nas redes sociais, Gleisi condenou a fala de Padilha, que havia isentado o Planalto da responsabilidade e comparado o desempenho da legenda ao de um time na zona de rebaixamento de um campeonato de futebol.

“Temos de refrescar a memória do ministro Padilha, o que aconteceu conosco desde 2016 e a base de centro e direita do Congresso que se reproduz nas eleições municipais, que ele bem conhece. Pagamos o preço, como partido, de estar num governo de ampla coalizão. E estamos numa ofensiva da extrema direita. Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças”, escreveu.

A deputada ainda sugeriu que o ministro deveria se concentrar nas articulações no Congresso “que ajudaram a chegar a esses resultados”.

Internamente, membros do partido atribuíram a derrota em São Paulo à aliança com o PSOL, que lançou Guilherme Boulos como candidato. Essa parceria foi vista por alguns como um fator que comprometeu a performance do PT nas eleições, especialmente pela ala do partido que defendia candidatura própria.

O presidente Lula foi quem endossou a a aliança com o aliado, marcando a primeira vez em que o PT não lançou um candidato à frente na capital paulista. Ele optou por indicar Marta Suplicy (PT) como vice, reabilitando a antiga petista que havia integrado a administração do adversário, Ricardo Nunes (MDB).

O PT nas eleições de 2024

A legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conquistou a prefeitura de apenas uma capital — Fortaleza, onde Evandro Leitão venceu de forma apertada o bolsonarista André Fernandes (PL).

Embora o partido tenha aumentado o número de prefeituras de 179 para 252 em relação a 2020, o crescimento nas cidades com mais de 200 mil habitantes foi tímido, passando de 4 para apenas 6, refletindo uma melhora modesta em relação às expectativas do partido.