Entenda a lesão no joelho que afastou Gracyanne Barbosa do ‘Dança dos Famosos’

Ortopedista explica a gravidade da lesão de Gracyanne Barbosa, detalha a recuperação e alerta para fatores que aumentam o risco de rompimento do tendão patelar

Entenda a lesão no joelho que afastou Gracyanne Barbosa do 'Dança dos Famosos'

Gracyanne Barbosa, de 42 anos, comunicou aos seguidores nas redes sociais que terá de se afastar temporariamente de suas atividades devido a uma lesão no joelho.

O incidente ocorreu durante sua apresentação no ritmo de lambada, transmitida no último domingo no quadro ‘Dança dos Famosos’, do ‘Domingão com Huck’. Em sua mensagem, a modelo e empresária expressou pesar pela pausa, mas destacou que o descanso é essencial para evitar problemas mais graves.

Após o diagnóstico, Gracyanne passou por uma cirurgia para tratar a ruptura do tendão patelar.

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Em conversa com IstoÉ Gente, o ortopedista e especialista em quadril e joelho Isaías Chaves explicou como funciona a lesão de Gracyanne. “Gracyanne Barbosa sofreu uma lesão no tendão patelar, que faz parte do mecanismo extensor do joelho. Ou seja, com a ruptura desse tendão, o paciente tem dificuldade ou impossibilidade de esticar o joelho. A cirurgia se baseia em reconstruir esse tendão, devolvendo força total ao joelho. Riscos existem quando ocorre perda da integridade do tendão, seu comprimento é afetado ou há um novo quadro de ruptura, quando a qualidade do tendão não está boa.”

Segundo o especialista, o processo de recuperação envolve cuidados rigorosos: “Em média, o paciente deve evitar carga no tendão, utilizando imobilizador por seis semanas, evoluindo nas semanas seguintes com ganho de mobilidade e carga no joelho de forma gradativa. Após esse período de imobilização, o joelho pode apresentar algum grau de rigidez. Então, após o ganho de mobilidade, o paciente retorna à academia com cargas leves, entre três e seis meses, dependendo da gravidade da lesão. É fundamental respeitar o tempo de imobilização e não realizar carga no joelho, para que o ligamento cicatrize adequadamente.

As fases de reabilitação devem ser respeitadas, visando reduzir a chance de uma nova ruptura.”

Chaves ainda alertou sobre fatores que aumentam o risco da lesão: “Doenças sistêmicas, como excesso de ácido úrico, uso de corticóides e traumas no joelho, podem gerar essa lesão. Existem também estudos que demonstram que reposições hormonais não ajustadas favorecem a fragilização de tendões, proporcionando sua ruptura. Muitos pacientes não mantêm esse equilíbrio adequado, e o tendão se torna mais propenso a rupturas — o tendão patelar é, muitas vezes, acometido.”

O especialista também explicou o impacto do repouso prolongado na musculatura: “Se o paciente faz um tratamento conservador para a lesão do tendão, habitualmente isso demanda um período de repouso sem exercícios. Naturalmente, a musculatura daquela coxa reduz de volume e força. Quando o paciente retorna à academia, é mandatório que a rotina inclua exercícios unilaterais, pois existe uma assimetria muscular, em que um lado é mais forte que o outro, que passou por longo período de repouso. Em resumo, será necessário, no mínimo, seis meses após a cirurgia para que o paciente volte ao nível de suas atividades.”

Referências Bibliográficas

Dr. Isaías Chaves é graduado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e realizou residência em Ortopedia e Traumatologia no Hospital de Base do DF. Especializou-se em Cirurgia do Quadril e do Joelho no Hospital de Clínicas da UFPR e realizou estágio no Instituto Paulo Alencar, em Curitiba. É membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ), da Sociedade Brasileira de Quadril (SBQ) e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).