10/08/2021 - 10:01
A data de hoje, 10 de agosto, deve entrar para o calendário nacional como o dia em que, oficialmente, Jair Bolsonaro destruiu a credibilidade das Forças Armadas do Brasil não apenas diante do povo brasileiro, mas do mundo inteiro. Cenas de blindados percorrendo a Esplanada dos Ministérios correrão o planeta em telejornais, sites e posts das redes sociais. Em comum, transmitirão apenas uma mensagem: somos governados por um delinquente.
Enquanto o Brasil dá calote nos precatórios e tenta emplacar qualquer tipo de pedalada fiscal, Bolsonaro torra dinheiro público para ver passar diante de si tanques de guerra, como um pirralho mimado que exige o brinquedo mais caro enquanto os pais passam fome.
A imagem do País no exterior, que já é péssima, levará décadas para ser reconstruída. É isso que o mentecapto que ocupa a presidência pretende: mostrar força. É justamente o contrário do que terá: se ainda existe esperança de que o Brasil é uma democracia, o congresso tem a obrigação de humilhá-lo com uma votação acachapante contra sua proposta golpista.
Em seguida, é preciso que o Senado aprove urgentemente o impeachment do Procurador-Geral Augusto Aras, cúmplice do presidente em gênero, número e grau, e o substitua por um nome que possa honrar sua função de fiscalizar os poderes em nome da sociedade civil. Aras envergonha o cargo e seus pares, que cobram de maneira inédita uma honradez que ele nunca possuirá.
Protótipo de Hugo Chávez, Bolsonaro tenta a qualquer custo transformar o Brasil em uma Venezuela. Resta saber se ele será punido por isso ou se o deixaremos agir livremente. Estimula o armamento da população, critica a imprensa que expõe suas mentiras e ataca o Judiciário, como um rato acuado que sabe que será preso ao deixar o poder. É uma pena constatar que as Forças Armadas brasileiras estejam se prestando ao patético papel antes desempenhado apenas pelas milícias de Rio das Pedras.
Bolsonaro pressiona o Congresso a aprovar o voto impresso, a mais recente de suas sandices. A população ainda sofre com sua negligente gestão do País diante da pandemia, temos quase 15 milhões de desempregados, a Amazônia vem sendo destruída como nunca se viu, a seca atinge a lavoura, a matriz energética está em risco, as áreas da Educação, Ciência e Cultura estão devastadas, as universidades não têm verbas, as comunidades indígenas estão sendo exterminadas. E, no entanto, Bolsonaro quer que o voto seja impresso. Não há nenhuma racionalidade na discussão, mas isso não importa. O que ele quer é ver os tanques desfilando na rua, ameaçar a democracia, eliminar os inimigos. É uma fixação patológica de um ser humano doente. É preciso retirá-lo do cargo e jogá-lo em uma cela o mais rápido possível, antes que a destruição do País seja irremediável.