ROMA, 23 FEV (ANSA) – A petroleira italiana ENI anunciou nesta sexta-feira (23) a retirada de sua plataforma da zona marítima do sul do Chipre, após a decisão do governo turco de prolongar o bloqueio que impede o navio de chegar a uma área de exploração de gás natural até 10 de março.   

Em entrevista à TV local, o ministro da Energia do Chipre, Giorgos Lakkotrypis, afirmou que após o reabastecimento, a embarcação vai sair para outras atividades de perfuração. No entanto, o representante do governo não especificou a data e nem o destino.   

Lakkotrypis ainda explicou que a marinha turca “ameaçou usar a força” contra o Saipem 12000 após uma nova tentativa de alcançar a área de perfuração planejada.   

De acordo com a sua reconstrução, os navios militares de Ancara intervieram ao longo do caminho de navegação da plataforma, forçando-o a voltar, apesar de o capitão ter mostrado uma “grande determinação”.   

Para a Nicósia, o caso é um fracasso, mas não impedirá a perfuração de petróleo no futuro. A ilha de Chipre, situada no Mediterrâneo oriental, está dividida desde 1974.   

A República do Chipre, membro da União Europeia desde 2004, apenas exerce a sua autoridade sobre dois terços do país.   

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O restante território está sob controle da autoproclamada República turca de Chipre do Norte (RTCN), apenas reconhecida por Ancara e onde estão presentes cerca de 40 mil soldados turcos.   

O processo de reunificação está suspenso na sequência do fracasso negocial de 2017, quando decorreram as últimas negociações patrocinadas pela ONU.   

As explorações de gás iniciadas pela República de Chipre na ZEE originaram um súbito aumento da tensão com Ancara, que exige a sua suspensão ao referir que aguarda uma solução sobre a divisão da ilha. (ANSA)


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