A redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é a parte da prova com maior peso e também a que causa mais preocupação nos estudantes, visto que o exame, marcado para os dias 3 e 10 de novembro, é uma das principais portas de entrada para o ensino superior.
Segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), houve 4,3 milhões de inscritos para a prova deste ano. Desse total, 1,6 milhão é concluinte do ensino médio.
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No primeiro dia do exame, os participantes terão de responder 45 questões de linguagens, 45 de ciências humanas e fazer a redação. A prova do segundo dia será composta por 45 questões de matemática e 45 de ciências da natureza.
Embora seja difícil ter certeza sobre qual tema pode ser proposto para a redação, o site IstoÉ procurou cursinhos preparatórios para saber quais são suas principais apostas. A coordenadora e professora de redação do Curso Anglo de São Paulo, Daniela Toffoli, destacou que o Enem costuma abordar assuntos que apresentam problemas e questões importantes para a sociedade brasileira, “podendo englobar aspectos ambientais, tecnológicos, sociais, políticos, educacionais e econômicos”, completou.
Por conta disso, ela ressaltou a importância de o estudante estar atualizado a respeito dessas problemáticas e construir uma base de argumentação para conseguir desenvolver o texto dissertativo solicitado no exame.
Apesar disso, o professor do Cursinho da Poli Renato Fonseca afirmou que foi possível observar uma mudança na abordagem temática do Enem desde 2022, que pode sugerir um padrão. “Nessas últimas quatro recentes abordagens o foco foi em parcelas da população que sofreram com pouca ou nenhuma ação de políticas públicas que amenizassem ou resolvessem suas situações desfavoráveis”, explicou.
Confira quais assuntos os professores acham que podem ser temas da redação do Enem 2024:
- Inclusão social e acessibilidade no mercado de trabalho, educação e na sociedade em geral;
- Situação desfavorável do trabalho vulnerável (autônomos, motoristas de aplicativos, entregadores de delivery etc);
- Preconceito e ataque à comunidade LGBTQIAP+;
- Impactos das redes sociais e da tecnologia na comunicação e no aprendizado (especialmente como a inteligência artificial tem sido utilizada em diversas áreas);
- Meio ambiente e emergência climática;
- Racismo ambiental;
- Bullying no ambiente escolar (em 2024 entrou em vigor a Lei 14.811 que criminaliza o bullying e o cyberbullying no Brasil);
- Acesso democrático ao ensino superior;
- Ausência de políticas públicas para a população idosa;
- Democratização do acesso ao esporte no Brasil (o País se destacou nas Olimpíadas de Paris e levantou-se a discussão sobre a importância de investimento nos esportes);
- Busca desenfreada por procedimentos estéticos no Brasil;
- Desafios para a reinserção da população carcerária na sociedade;
- Desafios para o acolhimento da população viciada em drogas.
Principais erros que os alunos cometem na redação
A plataforma “Redação Nota 1000” avaliou 252 mil redações feitas por candidatos ao Enem de todo o Brasil entre os meses de janeiro a julho de 2024 e identificou os principais erros cometidos na hora de redigir o texto dissertativo. São eles: uso inadequado de pontuação, erros ortográficos, de concordância nominal e verbal, regência nominal e verbal e crase.
O estudo da plataforma apontou que essas falhas têm impacto direto na nota da redação, pois podem demonstrar que o candidato não possui domínio da escrita formal da língua portuguesa (Competência I); tem ausência de repertório para compreender a proposta do texto (Competência II) e falha na capacidade de organizar as informações e argumentos para defender o seu ponto de vista (Competência III).
Por outro lado, o levantamento também observou que 30,70% das redações avaliadas tinham falha na Competência IV, que trata da ausência ou inadequação de conectivos entre os parágrafos, o que impacta na construção coesa do texto.
“O candidato deve projetar o avaliador como alguém que entrará em contato com aquele tema pela primeira vez. Sendo assim, é preciso tornar compreensível para o leitor leigo (no caso, o corretor) todas as colocações feitas, de modo a não deixar pontas soltas ou ideias parcialmente desenvolvidas”, concluiu Fernanda Becker, assessora pedagógica da plataforma “Redação Nota 1000”.
