A novela em torno da nomeação do novo ministro da Justiça e da Segurança Pública deve ser concluída na manhã dessa quinta-feira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou uma reunião com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski às 11 horas no Palácio do Planalto. O atual ministro, Flávio Dino, nomeado por Lula para a vaga de Rosa Weber no Supremo, participa do encontro. Segundo fontes que acompanham as negociações, a reunião deve sacramentar o nome de Lewandowski para o posto ocupado por Dino.

Caso a mudança seja consumada, resta a questão de o que fazer com o atual secretário executivo, Ricardo Cappelli. Uma alternativa, já rejeitada pelo próprio secretário, seria uma vaga na Secretaria de Segurança Pública, vinculada ao Ministério da Justiça. Outra ideia é acomodá-lo na Secretaria Geral do Ministério da Defesa, mas a mudança não agradaria o ministro José Múcio. Em uma terceira opção, ele seria mandá-lo para a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação).

Mais mudanças

A saída de Dino do cargo de ministro da Justiça pode ser um gatilho para Lula promover outras mudanças em seu ministério. Uma delas é o possível ingresso da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, no governo. Existem duas possibilidades que vem sendo aventadas: a Secretaria-Geral da Presidência, hoje ocupada por Márcio Macedo, que pode sair para disputar a prefeitura de Aracaju ou o Ministério do Desenvolvimento Social, hoje ocupado por Wellington Dias, que então voltaria ao Senado e assumiria a liderança do governo. O posto está hoje com Jaques Wagner (PT-BA), mas o senador já deixou claro que não se importa em perder o cargo.

Outra alteração que pode ser feita é no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Apesar de Lula não ter problemas com a atual ministra, Luciana Santos, a avaliação é que seu partido, o PCdoB, com nove deputados, não precisa ter um ministério e poderia ficar com alguma secretaria importante. Não está definido, no entanto, para quem a pasta seria destinada.

Já com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, Lula teria decidido que só irá mexer se for uma decisão do partido dele, o União Brasil. O ministro vem sendo alvo de uma série de denúncias de favorecimento e uso de recursos indevidamente envolvendo sua família, mas o presidente deixou para a legenda a decisão de troca ou não.

Conforme antecipado pela Reuters, integrantes do governo também têm conversado sobre uma possível substituição do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já que estão descontentes com os rumos da empresa, e a relação do executivo com pessoas do alto escalão estaria ruim. No entanto, o governo não tem nomes para substituir Prates. Apesar de o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ser um nome especulado, uma fonte ligada a ele garantiu que o ministro não tem intenção de sair da Casa Civil, a menos que receba uma ordem de Lula.

Até o final de março, ministros que pretendam se candidatar a prefeituras em 2024 precisam sair do cargo, o que pode ajudar nas mudanças planejadas por Lula. No entanto, a única possibilidade de candidatura aventada até agora é a de Márcio Macedo.

Com informações da Reuters