Por Gabriel Araujo

SÃO PAULO (Reuters) – As empresas que realizam transportes por meio da hidrovia Tietê-Paraná decidiram interromper as atividades no local a partir do último final de semana em meio à grave crise hídrica enfrentada pelo país, embora o Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo (DH) ainda veja possibilidade de navegação pela região.

Segundo o DH, a decisão das companhias pela paralisação do transporte ocorreu após alerta do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que já em maio havia antecipado a necessidade de interrupção das atividades para preservação dos recursos hídricos para a geração de eletricidade.

O departamento, por sua vez, disse ter defendido uma redução gradativa dos calados e das ondas de vazão para permitir a navegação e o escoamento de grãos pela rota. De acordo com o DH, a hidrovia ainda é navegável e as ondas de vazão serão mantidas até terça-feira.

“As empresas que fazem o transporte pela hidrovia decidiram parar…, mas o DH entende que ainda é possível navegar na hidrovia Tietê com o calado atual 2,40 metros”, disse o departamento em nota enviada à Reuters.

Para o órgão, a redução do calado definida em conjunto com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tornaria a navegabilidade mais difícil, mas manteria a possibilidade de navegação, com exceção do trecho de Nova Avanhandava.

A paralisação do transporte pela hidrovia Tietê-Paraná representa um baque para o escoamento da produção agrícola do Brasil, especialmente de soja, milho e cana-de-açúcar.

Segundo dados do DH, a hidrovia foi responsável pelo transporte de 6,16 milhões de toneladas de produtos em 2020 e vinha ampliando as movimentações neste ano –apenas entre janeiro e maio deste ano, registrou o transporte de 2 milhões de toneladas, mais que o dobro em relação a igual período do ano passado.

“Por meio do DH, órgão da Secretaria de Logística e Transportes, o Governo do Estado continuará trabalhando e monitorando os índices”, acrescentou o departamento.

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