Empresas estrangeiras na China preveem queda de receita

Empresas estrangeiras na China preveem queda de receita

As empresas estrangeiras na China preveem uma queda no volume de negócios no primeiro semestre, devido à epidemia do novo coronavírus, e muitas já diminuíram suas metas anuais – apontam pesquisas divulgadas pelas câmaras de comércio europeias nesta quinta-feira (27).

Enquanto a economia chinesa permanece paralisada por quarentenas e restrições à circulação que perturbam as cadeias produtivas e sufocam o consumo, a expectativa das empresas é de que preço do quadro atual será alto.

Das quase 580 companhias europeias ouvidas pelas Câmaras de Comércio da UE e da Alemanha na China, quase metade espera que seu faturamento caia mais de 10% no primeiro semestre, enquanto 21% esperam uma queda de menos de 10%.

Poucas esperam uma recuperação no curto prazo. Metade delas diminuiu sua meta para o ano.

Principais motivos de preocupação: uma queda na demanda por seus produtos e serviços, a falta de funcionários (em quarentena, ou impossibilitados de se locomover), assim como as interrupções logísticas que as impedem de receber componentes e executar suas entregas.

Enquanto Pequim incentiva as empresas a retomarem suas atividades, a Câmara de Comércio da UE lamenta “todas as condições prévias” exigidas pelas autoridades locais para autorizar a reabertura das fábricas, bem como os “requisitos extremamente restritivos de quarentena” para os funcionários que retornam de suas regiões de origem.

O horizonte permanece particularmente sombrio para a província de Hubei (centro da China), berço do coronavírus e isolada do mundo há um mês, onde as empresas não têm esperança de voltar ao normal por pelo menos mais quatro semanas, ressaltou o presidente da Câmara europeia, Joerg Wuttke.

Até mesmo os grupos de peso “estão lutando com as restrições” draconianas nesta “zona de guerra da epidemia”, disse ele em uma conferência on-line.

Em toda China, as pequenas e médias empresas, menos sólidas, sofrem, especialmente no setor de prestação de serviços: “Elas devem continuar pagando seus aluguéis e salários. Quanto tempo poderão sobreviver sem produzir?”, questiona Wuttke.

“Para algumas, o trabalho remoto não é possível. Nosso apelo ao governo é que suspenda as restrições o mais rápido possível, região por região, para que as pequenas e médias empresas possam respirar!”, argumenta.

Essa constatação é compartilhada pelas câmaras de comércio do Reino Unido. De acordo com uma pesquisa realizada com 135 empresas britânicas, 40% das pequenas e médias empresas esperam que suas receitas caiam pelo menos 20% este ano.