11/01/2019 - 11:00
Dois empresários, um chinês e um polonês, foram presos na Polônia suspeitos de espionagem – anunciaram fontes do governo em Varsóvia, nesta sexta-feira (11).
Os meios de comunicação chineses especificaram que o empresário chinês é um executivo da gigante de tecnologia Huawei.
O governo chinês se disse “muito preocupado” com o anúncio da prisão de um de seus cidadãos e pediu à Polônia que “trate este caso conforme a lei e de maneira imparcial”, aponta um comunicado da diplomacia chinesa enviado para a AFP.
Procurada pela AFP, a Huawei não confirmou se o suspeito chinês é um de seus funcionários, limitando-se a indicar que “observa de perto” essas informações.
O polonês envolvido no caso trabalhou no passado para órgãos oficiais e é, atualmente, conselheiro da filial polonesa do grupo francês de telecomunicações Orange.
“Um polonês e um chinês foram presos sob a acusação de espionagem. O chinês é um empresário que trabalha para um grande grupo de eletrônicos”, afirmou o vice-ministro polonês e coordenador de Serviços Especiais, Maciej Wasik, citado pela agência PAP.
Presos na terça-feira, os dois homens são suspeitos de terem agido “em detrimento da Polônia”, disse o porta-voz do ministro responsável pelos Serviços Especiais, Stanislaw Zarynm.
Segundo a imprensa polonesa, incluindo a televisão privada Polsat News e a emissora pública TVP Info, o suspeito chinês seria um dos diretores da subsidiária polonesa do grupo chinês Huawei, e o polonês, um especialista em computadores e ex-oficial da Agência de Segurança Interna ABW.
O cidadão polonês é uma “pessoa conhecida na indústria de computadores”, afirmou Wasik, acrescentando que a investigação acontece há um longo tempo.
Na quinta-feira, um tribunal decidiu por um período de detenção provisório de três meses para os dois homens, Piotr D. e W. Weijing, informou Zaryn, mencionando apenas, conforme a lei do país, o prenome e a inicial do nome dos suspeitos.
Os apartamentos e escritórios dos dois foram alvo de mandados de busca e apreensão, acrescentou.
Procurada pela AFP, a Orange Polônia declarou apenas que “funcionários da ABW levaram na terça-feira objetos de um dos nossos funcionários”.
Este caso acontece menos de um mês e meio após a prisão no Canadá da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos. Washington a acusa de burlar as sanções americanas contra o Irã.
Esta prisão provocou uma grave deterioração das relações entre o Canadá e a China, onde dois cidadãos canadenses foram presos por “atentado à segurança nacional”, oficialmente sem ligação com o caso Huawei.